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Arquitetos: Estúdio Leonardo Zanatta
- Área: 350 m²
- Ano: 2025
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Fotografias:André Scarpa

Descrição enviada pela equipe de projeto. O Pavilhão Tess adota estratégias de eficiência térmica passiva e dessolidarização estrutural. A cobertura plana é projetada como uma laje autônoma, dissociada dos volumes principais, permitindo ventilação contínua e sombreamento permanente. O posicionamento das aberturas foi estudado para otimizar o ganho solar no inverno e mitigar a insolação direta no verão, reduzindo o consumo energético e melhorando o conforto térmico.



A estrutura metálica ritmada, com pilares finos e elementos tensionados, foi inspirada na imagem em uma harpa, funcionando como matriz organizadora do espaço. A estrutura é deixada aparente, sem revestimentos, comunicando a lógica construtiva do edifício com clareza e economia formal. A cobertura estendida, cria zonas de transição sombreadas entre interior e exterior.



A organização espacial dos volumes sob a cobertura foi inspirada pelas composições do Suprematismo russo, com ênfase na justaposição de formas geométricas primárias em diferentes orientações e tensões visuais. Essa influência orienta a disposição fragmentada dos volumes sob uma malha ortogonal aberta, conferindo ao conjunto uma leitura abstrata e dinâmica. A espacialidade resultante permite múltiplas percepções do edifício conforme o deslocamento no entorno.

Localizado no bairro do Brooklin, de perfil predominantemente residencial, o pavilhão adota uma implantação horizontal, respeitando o gabarito baixo do entorno. A ocupação evita massas volumétricas e prioriza a fluidez visual, criando uma presença arquitetônica discreta e acolhedora. O projeto propõe uma leitura de leveza e silêncio formal, integrando-se à malha urbana com naturalidade.

Embora inicialmente previsto como espaço comercial, o edifício foi projetado para abrigar também exposições culturais rotativas, funcionando como uma infraestrutura urbana de uso misto. A arquitetura propõe um espaço acessível à comunidade, articulando funções públicas e privadas sem hierarquia formal. O pavilhão atua como dispositivo ativador do espaço urbano, com potencial para receber arte, comércio e convivência.
