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Arquitetos: Bongiana Architetture
- Área: 300 m²
- Ano: 2023
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Fotografias:Riccardo de Vecchi
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Fabricantes: B&B Italia, Cassina, MARAZZI, Skagen, Terraformae, Vibia, Wastberg

Descrição enviada pela equipe de projeto. Situada em um pequeno vale de vinhedos, a Casa Texturizada, projetada pela Bongiana Architetture, é uma extensão cuidadosamente medida de uma modesta edificação rural. Um refúgio contemporâneo projetado para acolher celebrações familiares e encontros íntimos, onde a arquitetura molda a atmosfera por meio da luz e da materialidade crua. O projeto é fundamentado no princípio da pureza bruta: superfícies ásperas, materiais expostos e detalhes reduzidos à sua essência. Cada parede e piso é o resultado de uma interpretação específica, transformando as superfícies em uma narrativa visual e tátil. A estrutura revela seu próprio corpo com orgulho, em um jogo de texturas que multiplica a percepção espacial.



No coração do projeto está o celeiro de pé-direito duplo, concebido como uma grande cavidade luminosa. Aqui, a intenção é clara: trazer o máximo de luz natural possível, que é filtrada por aberturas cuidadosamente posicionadas e reflete nas superfícies texturizadas, animando o espaço com sombras em movimento. Dentro desse volume ergue-se uma estante suspensa, criando um novo espaço intermediário, arejado e íntimo, que dialoga com a abertura abaixo.

O tema do fogo permeia a casa, conectando memória e contemporaneidade: na parte antiga, a lareira original permanece, enquanto no celeiro, um fogão de ferro fundido se torna o novo ponto focal. Ao seu redor, as paredes são revestidas com azulejos de terracota, desenhados pela Bongiana Architetture para a Terraformae, onde a interpretação da junta se torna o único motivo decorativo — um gesto minimalista que cria um fundo vibrante.



O novo piso de concreto conta mais essa história de tradição reinterpretada: uma superfície que lembra o terrazzo veneziano, mas que, em vez de fragmentos de mármore, incorpora peças de terracota recuperadas, cortadas dos tijolos ocos usados para revestir os pilares do pórtico. Um gesto que liga o chão à estrutura, entrelaçando memória e material de uma maneira contemporânea. Os móveis acrescentam outra camada de memória: peças recuperadas cuidadosamente selecionadas, como uma cozinha dos anos 1950 resgatada de uma casa antiga e transformada para começar uma nova vida aqui. O antigo e o novo entrelaçam-se naturalmente, dando forma a uma narrativa coerente e vívida.

A Casa Texturizada afirma sua poética: uma arquitetura da subtração que dá força ao vazio e profundidade à matéria, criando um lugar que é tanto um palco coletivo quanto um refúgio privado — um espaço onde cada superfície fala e cada detalhe conta uma história.
