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Arquitetos: Miller Hull Partnership
- Área: 80 m²
- Ano: 2024
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Fotografias:Juan Benavides
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Fabricantes: Lunawood, Marvin

Descrição enviada pela equipe de projeto. Este projeto busca desenvolver um protótipo para a construção de cabanas de baixo impacto em locais desafiadores e remotos. Aproveitando estratégias conceituais da arquitetura Metabolista dos anos 1960, a proposta utiliza uma linguagem de superestrutura e módulos para permitir adaptações ao longo do tempo. Reconhecendo o imenso investimento e o impacto ambiental do desenvolvimento remoto, a estratégia emprega um pensamento de longo prazo, permitindo que a estrutura permaneça relevante ao longo de muitas gerações e proprietários.


O projeto está situado em uma ilha remota no Mar Salish, ao norte de Seattle, Washington. Situado à beira de uma floresta nativa de pinheiros, o local é definido por uma topografia íngreme e vistas voltadas para o sul, através das Ilhas San Juan. O acesso desafiador ao local e o desejo de preservar a inclinação natural resultaram em um projeto que suspende as principais habitações acima do solo, entre a copa das árvores. Essa abordagem permite que o solo seja devolvido à flora e fauna natural da ilha. Ovelhas selvagens e cervos pastam regularmente nesta encosta e muitas vezes podem ser vistos passando sob a cabana.




O projeto foi fundamentado por três princípios:
Toque leve na terra - Localizado em uma encosta íngreme, o projeto abraça a levitação em vez da escavação como estratégia geral. Um exoesqueleto de aço rítmico trabalha com a topografia inclinada enquanto estabelece a planta que paira acima do solo. A verticalidade das estruturas de aço faz referência aos troncos das árvores circundantes, misturando-se na floresta.


Adaptabilidade ao longo do tempo - Projetada como uma superestrutura com vida útil estimada em 200 anos, a estrutura de aço funciona como uma armadura externa independente dos invólucros térmicos em madeira, ou "módulos". Essa separação entre sistemas permite que os módulos sejam reconfigurados conforme a evolução das necessidades espaciais. Internamente, os ambientes se estendem para amplos decks externos, permitindo que as áreas de estar se expandam ou se retraiam ao ritmo das estações, promovendo flexibilidade e conforto ao longo do tempo.


Reduzindo o consumo - A verdadeira protagonista na economia de energia é a construção de menos espaço climatizado mecanicamente. Na cabana de 80 metros quadrados, as circulações ocorrem externamente, o que minimiza a área interna a ser climatizada e fortalece a conexão diária entre os usuários e o ambiente natural. Um amplo beiral voltado para o sul bloqueia o sol do meio-dia e protege os espaços externos ao longo do ano, promovendo conforto climático e uso contínuo das áreas ao ar livre.


As necessidades de energia que não puderam ser atendidas por meios passivos são compensadas por um modesto sistema fotovoltaico de 3,6 kW, que foi dimensionado adequadamente para a carga atual de ocupantes. A infraestrutura de expansão para o sistema fotovoltaico foi implementada na construção inicial, antecipando que os horários de ocupação evoluirão ao longo do tempo.
