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Arquitetos: Second Edition
- Ano: 2024
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Fotografias:Hamish McIntosh
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Fabricantes: 506070, Cult, HAY, Homelife Furnishings:, Tom Fereday

Descrição enviada pela equipe de projeto. Love Shack é um protótipo concebido para a reutilização de materiais, design para desmontagem (DfD) e funcionalidade em pequena escala. Sua estrutura conceitual é orientada pela eficiência no uso de recursos e pela experimentação. A filosofia central do projeto está na minimização de resíduos, aliada à maximização da vida útil dos materiais, buscando redefinir as ideias convencionais sobre a aparência e a funcionalidade dos materiais recuperados.

Funcionalmente, o estúdio é capaz de se transformar de quarto em sala de estar e espaço de escritório, oferecendo uma extensão flexível para a casa existente. A fachada voltada para o volume existente conta com portas sólidas e operáveis, que garantem privacidade quando fechadas mas, ao serem abertas, fazem da edificação uma extensão natural do quintal. Janelas estrategicamente posicionadas promovem ventilação natural durante todo o ano e proporcionam iluminação indireta ao longo do dia.





Devido à malha modular rígida imposta no terreno triangular, gerou-se um espaço de forma irregular onde escolhemos situar o banheiro. O banheiro apresenta uma coluna em formato trapezoidal centralizada para abrigar todos os serviços e criar uma delimitação programática dentro de um espaço fechado.

A abordagem de design, centrada na minimização de resíduos, inclui a reutilização de materiais, o design para desmontagem (DfD), a modularidade, a redução da variedade de materiais utilizados e a adoção de detalhes de fixação a seco. A malha estrutural de 1,2 m e o ponto de referência de 2,1 m foram estabelecidos com base nos tamanhos padrão das chapas, orientando a lógica da planta e das elevações do projeto.


A metodologia de construção começou com fundações de concreto a seco. As fundações foram posicionadas em cada interseção da malha para permitir flexibilidade nos tamanhos dos elementos de madeira. As vigas e os caibros de madeira foram adquiridos em mercados de segunda mão e mantidos rústicos, o que significa que não houve carbono incorporado associado ao transporte e reprocessamento. Após a construção da estrutura, as portas, janelas e painéis de fachada pré-fabricados foram inseridos.

Os acabamentos internos e externos foram desenvolvidos a partir da transformação de materiais desperdiçados localmente em superfícies de alta qualidade, adequadas às suas funções. O revestimento externo, criado em parceria com o aplicador, resultou em uma mistura fina, própria para uso externo e que incorpora uma alta porcentagem de resíduos. Além disso, recuperamos e trituramos o mármore localmente.


Internamente, as tábuas de madeira utilizadas foram provenientes de uma casa em Sydney programada para demolição. Um especialista em demolição levantou cuidadosamente as tábuas do piso, que foram posteriormente recuperadas pelos carpinteiros para serem reutilizadas como revestimento de parede. As luminárias também foram confeccionadas a partir dos restos dessas tábuas. A marcenaria foi projetada como um móvel solto, permitindo sua remoção com impacto mínimo caso as necessidades do cliente mudem, além de facilitar sua reutilização em outro local. Para sua fabricação, foram utilizadas folhas únicas de lâminas remanescentes.

Embora alguns dos materiais recuperados tenham apresentado um custo inicial mais baixo, a realidade do custo-benefício do projeto demonstra que teria sido mais econômico utilizar metodologias construtivas convencionais com materiais virgens. A indústria da construção ainda é fortemente orientada por um processo linear. Por essa razão, projetar com materiais recuperados costuma demandar mais tempo, o que acaba elevando os custos com mão de obra e anulando, em muitos casos, as economias obtidas na aquisição dos materiais.













