
-
Arquitetos: SUIADR SML Design Studio
- Área: 3145 m²
- Ano: 2023
-
Fotografias:ACF

Descrição enviada pela equipe de projeto. Inicialmente limitada por restrições orçamentárias, a Escola Infantil Afiliada à Universidade de Shenzhen, em Nanshan, foi concebida com volumes geométricos brancos e simples, utilizando uma paleta de materiais monótona. A configuração rígida do terreno gerava espaços de brincadeira homogêneos, enquanto as coberturas, pouco exploradas, restringiam ainda mais o potencial de uso pelas crianças. Além disso, a fachada voltada para o oeste, projetada com poucas aberturas para bloquear a luz solar intensa, acabou comprometendo a entrada de luz natural e dificultando a integração espacial.


Inspirada na filosofia educacional Montessori — que entende o ambiente como parte essencial do processo de aprendizagem — a equipe de projeto propôs uma reestruturação espacial sistemática, com o objetivo de transformar a arquitetura modernista existente em um espaço educacional acolhedor e centrado na criança.



A reorganização dos espaços tornou-se o eixo central da proposta. Foram criados diversos pátios distribuídos entre o térreo, os acessos e as coberturas. No telhado, zonas de atividades e gramados ecológicos foram conectados por um caminho exploratório com formas ondulantes. Já o pátio central incorporou geometrias irregulares, rompendo a rigidez do traçado original e dando origem a sequências espaciais mais lúdicas e envolventes.


Um dos elementos-chave dessa nova organização foi o sistema de beirais em balanço que contorna os pátios. A extensão dos corredores para dentro desses espaços resultou em áreas de transição semiabertas, que fortalecem a identidade dos pátios e ao mesmo tempo cumprem a função de sombreamento. Essa solução também permitiu reconfigurar a fachada oeste, antes fechada — aberturas mais baixas integradas a nichos funcionais passaram a servir tanto como espaços para atividades e descanso quanto como pontos de entrada de luz natural, promovendo a interação entre os ambientes internos e externos. Para reforçar a sensação de acolhimento, as fachadas antes brancas foram revestidas com painéis de textura amadeirada.


Com o uso de ferramentas de projeto paramétrico, os beirais foram otimizados a partir de dados locais de incidência solar. Os ângulos dos elementos estruturais foram ajustados para criar balanços mais profundos nas aberturas, formando composições rítmicas em forma de ondas. A luz filtrada por essas camadas projeta padrões dinâmicos nos espaços, tornando as áreas de brincadeira mais vibrantes e estimulantes.

Na paisagem, floreiras com formas onduladas cumprem dupla função: servem como base para vegetação e também como elementos de brincar escaláveis. Essa abordagem espacial multidimensional busca constantemente despertar a curiosidade das crianças e estimular seu impulso natural de exploração.




























