
-
Arquitetos: Moriyoshi Naotake Atelier
- Área: 198 m²
- Ano: 2024
-
Fotografias:Satoshi Shigeta

Descrição enviada pela equipe de projeto. Este é um hotel renovado a partir de uma edificação do estilo sukiya em Kyoto. O volume existente foi construído em 1920, o carpinteiro responsável foi um homem que construiu muitas casas de chá na região de Gion em Kyoto, e o proprietário foi registrado como um "mestre do chá". Registros daquela época descrevem esta edificação como um local para realizar cerimônias do chá.


O terreno se estende no sentido norte-sul, com o volume principal disposto ao longo do lado oeste e o jardim posicionado a leste. Cada quarto conta com uma ampla abertura voltada para o jardim, proporcionando vistas diretas e integrando o interior à paisagem. A planta irregular, característica marcante da arquitetura no estilo sukiya, reforça essa integração, fazendo da edificação uma composição espacial que se funde ao jardim.




Essa arquitetura deve ser preservada o máximo possível, mas é necessário instalar equipamentos para um hotel. Geralmente, os forros seriam trocados para acomodar iluminação, ar-condicionado e equipamentos de prevenção contra incêndio, mas no caso da arquitetura do estilo sukiya, o design do forro é único, e substituí-lo provavelmente diminuiria seu valor. Portanto, o forro não foi modificado e novos spots de luz foram instalados minimamente. A iluminação foi garantida pela instalação de luzes indiretas na mobília e aberturas. O ar-condicionado também não foi instalado no teto, mas foram instalados condicionadores de ar no piso e na parede. Além disso, um ventilador também foi instalado como um móvel embutido para se integrar ao espaço.


Além de preservar o projeto original, também foram feitos esforços para aprimorar sua aparência. Persianas foram instaladas nas janelas, e uma iluminação indireta foi incorporada no forro onde estão as caixas das persianas, destacando o teto existente. Como grande parte do piso era coberta por tatames, a fiação elétrica, que normalmente passaria pelo teto, foi realocada para debaixo do piso. Interruptores e controles do aquecimento do piso foram posicionados em locais estratégicos, como pilares com aspecto de mobiliário, de forma a preservar as paredes de terra.



Novos móveis feitos de carvalho também foram incorporados ao ambiente, um material distinto em cor e textura em relação aos existentes. Essa diferença intencional tornou visível a presença das novas peças, evidenciando a relação entre o antigo e o novo e transmitindo aos hóspedes uma sensação de limpeza e renovação. O banheiro e o lavatório seguiram o mesmo conceito, com móveis de carvalho, paredes e forro em cipreste japonês, e aberturas em vidro reforçado. Da banheira principal, uma janela de vidro oferece vista para o pequeno jardim no pátio oeste.

Do ponto de vista estrutural, os cálculos permitiram preservar ao máximo as paredes de terra dos cômodos principais. Para reforçar discretamente a estrutura, foram incorporados acessórios metálicos de amortecimento e painéis de parede de terra resistentes a terremotos. Assim, o projeto foi conduzido com respeito contínuo ao volume original, desde o início até a conclusão. Durante a obra, a paleta de cores e as texturas dos detalhes mais sutis foram cuidadosamente avaliadas e definidas. Ao conservar os elementos existentes em seu estado original ou fazer acréscimos discretos que dialogam com eles, foi possível manter intacta a composição espacial e o design preexistente, resultando em uma nova acomodação confortável e acolhedora.





























