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Arquitetos: Super Assembly
- Área: 600 m²
- Ano: 2025
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Fotografias:Finbarr Fallon

Descrição enviada pela equipe de projeto. O nome dessa casa deriva de sua própria forma — uma composição de quatro volumes cúbicos dispostos com espaços deliberados entre eles. Esses espaços intersticiais são onde a paisagem é convidada a entrar: bolsões verdes, canteiros e elementos aquáticos que suavizam a geometria e ativam os vazios. É nesses espaços "entre-meios" que a luz do dia entra, projetando padrões em mudança nas superfícies internas e criando condições para que as plantas prosperem. Esses vazios não apenas conectam as massas visual e experimentalmente, mas também servem como barreiras espaciais, proporcionando uma sensação de privacidade em relação aos vizinhos, enquanto ainda atraem luz e ventilação para dentro da casa.

Entrelaçado a essa estrutura espacial, o jardim assume muitas formas, serpenteando através e ao redor da arquitetura para criar experiências imersivas que esfumaçam as fronteiras entre o construído e o orgânico. Na frente, uma árvore perfura o telhado da garagem, marcando a ideia de uma casa onde a natureza e a estrutura coexistem em diálogo próximo. Logo além da porta principal, outra árvore perfura a laje do piso interno, erguendo-se em composição silenciosa ao lado de um altar personalizado, marcando o limiar como um espaço de passagem tanto espacial quanto espiritual.




Percorrer a casa é como passar por uma série de jardins sobrepostos, onde as distinções entre o interior e o exterior se dissolvem. No núcleo, a casa se abre para um pátio quadrado com arbustos e árvores de tronco fino que crescem em um átrio de dois andares. Claraboias filtram a luz sobre a vegetação abaixo, com floreiras flutuantes que também servem como um jardim suspenso para o sótão, continuando a interação vertical da arquitetura e da paisagem.





O design de interiores reforça ainda mais essa integração entre natureza e estrutura através de uma paleta de materiais enraizada em tons terrosos e acabamentos táteis. Ao longo da casa, texturas quentes evocam uma sensação de calma e conexão com a paisagem circundante. Na área de estar do primeiro andar, logo além da entrada, painéis na parede alternam entre lâminas de madeira vertical e revestimentos têxteis — uma interação de textura e ritmo que remete a uma floresta. Essa composição ecoa as árvores encontradas na entrada, reforçando a experiência de caminhar por um bosque onde o exterior informa silenciosamente o interior. O revestimento de terracota em tom avermelhado, utilizado na parte externa da casa, também se funde ao interior — ancorando visual e materialmente a casa em sua paleta natural, enquanto sustenta o diálogo contínuo entre o fora e o dentro.