-
Arquitetos: ÁGORA
- Área: 10370 m²
- Ano: 2022
-
Fotografias:Andrés Cedillo
-
Fabricantes: BETAMAYAB, Construlita, HIERRO ORNAMENTAL DE PUEBLA, Holcim, MAC CERÁMICA S.A. DE C.V., Oxical, ROGUSA, VIVEROS FORTÍN, WATERMASTER
Descrição enviada pela equipe de projeto. No sudoeste da cidade de Puebla, México, às margens do Rio Atoyac, está Carmela, uma das duas usinas hidrelétricas que prestavam serviço à Fábrica Têxtil Mayorazgo no início do século XX, construída pelo engenheiro Carlos Mastretta Fecit.
Este projeto consistiu na restauração do vestígio industrial da Usina Hidrelétrica Carmela, que data de 1906, seu entorno imediato, incluindo um canal de esgoto a céu aberto que atravessava a propriedade, e a construção de novas edificações que, integrando-se por sua materialidade à preexistência, permitiram a formação de um novo complexo cultural composto por: um museu, casa de cultura, biblioteca, consultórios médicos, bicicletário, oficinas, skatepark e parque linear.
O projeto La Carmela aborda patrimônio industrial, recursos naturais e equidade social, não só pela restauração das duas edificações pré-existentes, mas pelo resgate de sua memória hídrica na indústria têxtil de Puebla. Desta forma, propôs-se que o rastro da passagem da água definisse o percurso do visitante em um museu a céu aberto, onde a partir da articulação por passarelas flutuantes em torno dos edifícios patrimoniais, sua história é contada.
A intervenção oferece um programa arquitetônico diverso, atendendo a diferentes populações em um horário amplo. A restauração das duas edificações pré-existentes e do canal que formavam a usina Carmela gera um equipamento de escala regional com vocação cultural. A intervenção no entorno urbano e a construção do parque linear atendem a uma população local, gerando espaços de permanência e recreativos em um contexto marginal.
Foram trabalhadas quatro linhas de ação: Restauração patrimonial. Abrangendo as edificações patrimoniais existentes: canal e dutos de condução da água, o castelo ou torre vigia, a casa de máquinas.
Infraestrutura hidráulica e verde. Reconhecendo os escoamentos naturais existentes e as áreas inundáveis. Canalizando a rede de esgoto que estava a céu aberto para melhorar a condução das águas até a estação de tratamento e gerar em sua parte superior um parque linear com vegetação endêmica.
Intervenção arquitetônica. Construindo novos elementos como complemento do complexo. Sistema de circulação pedonal flutuante, o skatepark e a construção dos 7 módulos.
Intervenção urbana, de espaço público e paisagística. Readaptando geometricamente o bulevar, reduzindo a área de rodagem veicular para oferecer uma passarela ampla, arborizada e iluminada. Construindo um parque linear com áreas de lazer e permanência e um skatepark sobre o canal.
Limpeza e consolidação dos leitos secundários e taludes existentes e incorporação de uma paleta vegetal nativa e diversa, buscando gerar uma paisagem natural selvagem, fortalecendo a vegetação existente e reconhecendo uma paisagem sazonal (época de chuvas e seca), promovendo assim baixa manutenção e diversos benefícios ambientais.
O projeto foi desenvolvido para a SEDATU dentro do Programa de Melhorias Urbanas, com o objetivo de atender a população que vive em localidades em condições de atraso urbano e social.
