Primeiro Lugar no Concurso para a Revitalização da Casa da Música em Grañén

Escrito por Constanza Cabezas | Traduzido por Romullo Baratto
Publicado em 07 de Novembro de 2013

A arte - expressão criativa do pensar da sociedade e catalizadora de um novo pensamento que converte a energia humana em propulsora para um futuro inovador e melhor - deve contar com espaços que permitam sua prática e que unam criação, exposição e ensino de diferentes formas de expressão. O concurso busca conceber um lugar aberto para a expressão artística e sua aprendizagem, valorizando as características do edifício existente, porém, podendo transformá-lo completamente por dentro.

O objetivo era reunir ideias de espaços públicos que acolham atividades relacionadas com a arte plástica e musical, proporcionando um ambiente de criação, ensino e a relação dos usuários. Incentivar propostas espaciais inovadoras que se integrem a Grañén.

A seguir, apresentamos o projeto vencedor "Cuatropicos", concebido por Marta Mellado e Xavier Fontanet, do escritório SMXL.

Descrição dos arquitetos. A proposta intervem na Casa da Música de Grañén criando um novo Centro de Atividades Artísticas e Musicais. A ideia parte do respeito à configuração original do edifício, estuda a estrutura principal e a utiliza como eixo configurador do projeto. Quatro zonas separadas por paredes criam quatro espaços que serão conquistados pelo programa artístico e musical. A fachada atual é mantida intacta, permanecendo, assim, o edifício com o qual se identificam todos os cidadãos de Grañén. A nova Casa da Música intervem na cobertura; o programa requer mais espaços, fazendo necessária a ampliação do edifício em um novo pavimento que se sobrepõe ao atual piso superior. Reinventar o espaço reinterpretando o entorno é a ideia chave com a qual se cria este espaço. Uma cobertura inclinada, que reinterpreta a existente e se mostra de acordo com os telhados do entorno, define em seu interior um espaço polivalente único.

Um material - o tijolo - é o que se utiliza para ampliar o edifício existente. Um elemento reconhecível por todos, que agrega valor ao projeto e faz do novo edifício um ícone reconhecível. Sua aplicação, deixando espaços vazios entre os blocos, cria uma fachada que transpira, levando luz ao interior e garantindo a circulação de ar. No interior é colocada uma segunda pele de vidro, melhorando as condições térmicas e acústicas dos espaços. Assim, cria-se entre as duas peles um colchão térmico que se traduz em uma grande economia de energia para o edifício.

O interior se configura a partir de um novo conceito de espaço público e criação artística.

A área de exposição, localizada no térreo, é compreendida como a continuação da praça España e pretende eliminar qualquer fronteira entre o interior e o exterior. Cria-se um espaço aberto ao público que servirá como lugar de exposição e hall de entrada da nova Casa da Música. Estando diretamente conectado com a rua e com a praça, servirá de plataforma para exposições, englobando o espaço exterior na proposta. O uso público do espaço invadirá o térreo, comunicando de maneira fluida o edifício com a cidade.

A área de ensino se localiza no pavimento intermediário do edifício. Sua configuração é determinada por "caixas" de madeira que permitem atividades artísticas em seus interiores. O uso interior servirá de lugar de expressão e aprendizagem. Todas as aulas que acontecem dentro destas "caixas" contam com isolamento acústico e mobiliário apropriado para estas atividades.

A área de criação, localizada no nível superior, é o lugar das representações artísticas. Seu caráter transparente faz com que possa ser utilizada de diferentes maneiras, sendo o uso o definidor do espaço em cada momento. Um sistema de painéis móveis permite que se compartimente o espaço, ou que se configure uma grande área aberta a todos. O edifício conta com um núcleo de circulação vertical, com escadas e elevadores. No térreo estão também os usos administrativos e demais instalações. A Nova Casa da Música de Grañén pretende ser um ponto de reflexão criativa, onde o edifício cria os espaços e os cidadãos definem seu interior.