Leonardo Dias

Leonardo Dias é estudante na Associação Escola da Cidade e tem como foco de sua pesquisa a obra do arquiteto Cedric Price em conjunto com assuntos fora da disciplina da arquitetura, como a literatura.

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Achando potencial no não fazer: encarando as possibilidades no Edifício Bonpland de Adamo Faiden

Existe, ao estudar arquiteturas indeterminadas, um instinto, quase que natural, de tentar encontrar um rótulo para ela. E, se não um rótulo, uma forma de tentar solucioná-la para que ela possa, mesmo que momentaneamente, ser algo mais concreto. O que acontece se não tentarmos defini-la?

Em 2019, visitei, com alguns colegas, o Edifício Bonpland do escritório argentino Adamo Faiden. Antes de visitarmos, em conversa com amigos, tentei explicar o conceito por trás de muitos edifícios porteños do século XXI. A lógica de ocupação do terreno, que se articula como dois blocos, um frontal e outro traseiro ligados por uma circulação centralizada, os gabaritos e, no caso do edifício Bonpland, uma planta que tinha como elementos estruturais a circulação vertical e os núcleos hidráulicos. Comentei sobre o exercício de indeterminação que existia no prédio e recebi uma resposta muito interessante: fui dito que essa falta de resolução dos layouts dos espaços internos era preguiça dos arquitetos.