Edifício Cooperativa La Balma / Lacol + LaBoqueria

Curadoria de Agustina Coulleri

Arquitetos: LaBoqueria, Lacol
Ano: 2021
Fotografias:Milena Villalba, Oriol Gómez
Fabricantes: Ciclons, Saate, Velima System

Descrição enviada pela equipe de projeto. Projeto vencedor do terreno na Calle Espronceda (Poblenou) no concurso público de lotes municipais para habitação coletiva em cessão de uso. Proposta para La Balma (cooperativa Techo Cívico) realizada em conjunto com a cooperativa La Boqueria.

Edifício Cooperativa La Balma / Lacol + LaBoqueria - Fotografia de Interiores — © Oriol Gómez

Barcelona tem apenas 3% de moradias acessíveis, após os últimos aumentos de preços de aluguel que alcançam uma média de 17,4 euros/m². Precisamos de alternativas. O objetivo das cooperativas é facilitar e garantir o acesso à moradia digna e acessível para seus membros, com uma cota máxima fixada em 7,82 euros/m², de acordo com a convocatória e a legislação. Agora temos a oportunidade de tornar isso possível.

Edifício Cooperativa La Balma / Lacol + LaBoqueria - Fotografia de Interiores, Viga — © Milena Villalba

Edifício Cooperativa La Balma / Lacol + LaBoqueria - Fotografia de Interiores, Escada — © Milena Villalba

A partir de uma posição realista e levando em conta os recursos disponíveis, nos concentramos no custo inicial de construção e uso do edifício durante sua vida útil, pensando no impacto econômico final sobre o usuário. Além disso, o nosso objetivo é que o edifício funcione como um "abrigo contra a pobreza energética", e que o custo de obtenção de conforto nas residências seja reduzido em mais de 50%. Durante a fase de competição, foi realizado um diagnóstico socioeconômico do grupo de habitantes e um processo participativo para trabalhar e chegar a esta proposta consensual, onde o usuário e a comunidade desempenham um papel de liderança, e o edifício é a infra-estrutura que os acompanha e lhes permite desenvolver livremente a partir de 3 áreas sociais: o bairro, a comunidade e os apartamentos.

O e difício possui 20 apartamentos, uma das quais será usada como um apartamento de transição para famílias em processo de reintegração social. As habitações são projetadas com base em uma grelha de 16m² de área livre, coincidindo com a estrutura de madeira laminada cruzada. Estas peças permitem divisões e distribuições muito diversas, permitindo que o usuário decida sobre seus espaços. Cada residência começa com uma unidade de base de 50m² totalmente equipada, correspondendo às pequenas tipologias (S). Esta unidade básica é ampliada com uma ou duas peças, tornando-se tipologias M ou L. As áreas que permitem esta extensão são espaços administrados pela cooperativa. Esta gestão permite uma real flexibilidade do sistema, e as habitações se apropriam delas de forma individual ou compartilhada.

Existem 2 tipos de estrutura que otimizam as funções de cada material, custo, velocidade de construção e impacto ambiental. Em contato com o solo e a rua, é proposta uma estrutura de concreto armado (mínimo material mineral). Para habitação e espaços comuns, é proposta uma estrutura de madeira laminada cruzada, oferecendo conforto, espaços saudáveis e tendo um impacto ambiental muito positivo no edifício como um todo (material orgânico e leve). É um edifício leve, onde predominam materiais reutilizáveis e desmontáveis, o que permite reduzir o uso de concreto e de materiais de origem mineral.