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Arquitetos: WAY Architects
- Área: 898 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Siming Wu, Fei Fang, Mingjun Peng
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Dongshan Shaoye Plaza (Parque do Jovem Mestre de Dongshan) está localizado no distrito de Yuexiu, em Guangzhou, China. A localidade sempre foi a intersecção do eixo comercial de Dongshankou e do fluxo dos bairros residenciais, além de ser o ponto de chegada e partida do terminal de ônibus. O local é também um nó público por onde as pessoas passam para acessar o metrô com destino à Área de Preservação Histórica de Xinhepu. O Parque Dongshan Shaoye foi reformado em 2000, porém, dez anos depois, apesar das plantas ainda estarem vigorosas, a qualidade geral do espaço público era baixa.
A nova reforma, portanto, propõe uma alteração de circulação, de uma linha reta para uma curva mais exploratória e interessante. O objetivo desta reforma era permitir que mais residentes da comunidade usassem este local público como uma extensão de sua própria casa, um lugar confortável e do qual pudessem se orgulhar, atraindo, assim, mais turistas estrangeiros para aprender sobre a cultura regional de Guangzhou Dongshan através do passeio pelo parque. Devido ao aumento e diversificação da população usuária, a vitalidade, a transmissão cultural, e a transmissão de energia passaram de um nó público da comunidade para a população.
O cenário e os personagens da Parque Dongshan Shaoye constroem uma imagem tridimensional que muda no tempo. As árvores desempenham um papel muito importante na limitação desse espaço: a amêndoa de Madagascar tem ramos distintos e as folhas não sobrepostas, o que permite que a luz do sol atravesse em camadas e salpique o solo, formando um padrão de luz natural. A brisa é suave, e uma sensação de conforto e tranquilidade surge espontaneamente enquanto as pessoas se movem no parque.
O parque reformado passa uma sensação de espaço estável, um excelente refúgio no topo das árvores. O tronco da árvore é utilizado como referência para a formação de uma trajetória fluida e natural. Sob o tronco da árvore as pessoas se sentam e se encontram. A grama não está nos pés das pessoas, mas sim "flutuando". Ao sentar-se, devido à falta de encosto, o visitante inconscientemente se reclina e toca o gramado.
A fim de fazer os usuários prestarem mais atenção à existência do gramado, os arquitetos distinguiram deliberadamente outro nível, mantendo o gramado em um círculo de aço inoxidável brilhante e, em seguida, "segurando-o" aos olhos das pessoas. O padrão da combinação de folhas verdes transparentes e a luz na parte superior do local, somado ao mobiliário completam a composição deste cenário.
Assim como a superfície da água, a superfície lisa da pedra traz um rico reflexo do balanço superior e das manchas verdes das árvores. A textura suave é combinada com a linguagem formal do arco. Uma faixa flutuante de luz e sombra adiciona um toque de graça ao lugar originalmente silencioso. Na cena construída à sombra das árvores, o mobiliário não existe em sua função tradicional, mas sim é utilizado para dar função a essa área do parque. São bancos e jardineiras que configuram os espaços de estar.
O fluxo espacial, a organização dos pequenos grupos de pessoas e a limitação espacial constituem a “variação espacial” contraditória e complementar presente no projeto. Esse tipo de fluência e variação natural e a linguagem formal linear geométrica parecem ter uma vantagem de correspondência e fluência, criando uma variação atrativa aos visitantes. A ocupação não foi necessariamente prevista pelos arquitetos, mas confirmada pelos usuários, que ativam o lugar espontaneamente. Depois da reforma a manutenção de longo prazo foi implementada, bem como protocolos de gestão do parque. Este local será mantido graças a ocupação da comunidade, e terá a missão de se desenvolver de acordo com as mudanças da cidade.