-
Arquitetos: unTAG
- Área: 130 m²
- Ano: 2019
-
Fotografias:unTAG Architecture & Interiors
-
Fabricantes: Asian Paints, Jindal Aluminium, Saint-Gobain
Descrição enviada pela equipe de projeto. Esta residência, aninhada em uma pequena vila chamada Dakivali, em Maharashtra, é uma anedota das aspirações de um agricultor de arroz, que é também professor aposentado, que sonhava em construir uma casa modesta e econômica em seu Gaothan, como são conhecidos os núcleos internos dos vilarejos. Implantada em um terreno de mais de 460 metros quadrados, próximo a uma estrada poeirenta que dá acesso a vila, o local já foi um terreno baldio, com um pequeno bosque de bambu. Seus vizinhos laterais contam com casas casas tradicionais da comunidade agrícola. Nesse cenário, a casa teve que encontrar um equilíbrio entre ser participativa e reclusa.
Trabalhando a maior parte de sua vida nos arrozais, esse fazendeiro queria que sua casa de repouso também tivesse uma conexão com a natureza, além de uma sensação de conforto acessível. Com um escasso orçamento, o desafio era como explorar uma maneira eficiente de um agricultor viver na velhice, mantendo a essência de uma vida no campo.
O projeto se conforma em 130 metros quadrados de casa, contando com um tradicional pátio central, chamado localmente de Aangan, que circunscreve as principais funções ao seu redor. Sendo o aspecto visual imediato a nós, os vivos, este Aangan com uma jovem árvore chamada de champa tree cria um microclima reconfortante, diminuindo a temperatura ambiente de 3 a 5 ℃. Ele atua como um refúgio verde e seguro, estabelecendo uma conexão direta com os elementos que o cliente sempre desejou.
Este é um projeto atento à discrição dos usuários, que garante a privacidade de seus moradores de serem expostos à estrada da vila. Além disso, ele também possui uma varanda mais extrovertida voltada para a estrada que corre pelo oeste, servindo como conexão visual com aqueles que atravessam a cidade. Estrategicamente localizado a oeste, ao lado do bosque de bambu existente, testemunha-se um pôr-do-sol alegre atrás das distantes colinas de Sahyadri, sentado em uma zhoola tradicional. Um elemento integrante da maioria das casas tropicais da Índia, a varanda atua como um limiar, um espaço transitório entre o domínio coletivo da vila e uma vida interna reclusa.
As aberturas maiores, porém controladas, estabelecem uma conexão com a paisagem imediata, fazem os espaços internos compactos parecerem espaçosos, trazendo uma quantidade precisa de luz, facilitando também a ventilação cruzada. Os custos são drasticamente reduzidos ao otimizar a placa de piso, propondo espaços multifuncionais, como o espaço com pé direito duplo de refeições, que também serve como biblioteca, integrado a uma escada de metal para acessar o piso superior.
A poeira e a privacidade são duas das principais preocupações. A casa é acessada através de um pátio de entrada ajardinado, cercado por blocos de concreto de baixo custo e de origem local, os jaali, que atuam como amortecedores para proteger a poeira e reduzir a visibilidade direta da estrada da vila. A tela de jaali também serve como uma medida de controle climático, interrompendo a severa luz solar leste e oeste, além de permitir que a brisa flua através dela.
A orientação desta casa no pátio em relação às paredes, aberturas e projeções foi concebida através de estratégias solares passivas para alcançar o melhor conforto térmico para os habitantes. Os terraços foram pintados de branco, para reduzir o ganho de calor incidente. Com uma paleta de materiais de baixa energia incorporada em fornos próximos, blocos de cinzas fabricados localmente, paredes de gesso e piso de pedra kotah indiano, esta casa da vila promove a sustentabilidade econômica e ecológica.
Poços de recarga foram introduzidos em locais importantes para canalizar o escoamento da água da chuva. As águas residuais são tratadas através de fitorremediação e posteriormente utilizadas para o paisagismo das redondezas. A arquitetura, juntamente com as iniciativas ecológicas do paisagismo, está estabelecendo novos padrões para uma vida sustentável e acessível nas comunidades agrícolas.
Habitando esta morada, o cliente é um orgulhoso proprietário de uma casa de aldeia exemplar, que ele gosta de residir, nutrir e pretende envelhecer graciosamente com ela. Este projeto exemplifica que a sustentabilidade nem sempre tem um custo enorme, mas também pode ser praticada na raiz, através de soluções simples.