- Ano: 2019
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Fotografias:Ivo Tavares Studio
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Fabricantes: Neuce
Descrição enviada pela equipe de projeto. O simulacro pretende despertar os sentidos e a imaginação do transeunte para o miolo da cidade de Santa Maria da Feira, onde o rio Cáster corre todos os dias. Sonâmbulos, como ele, percorremos a cidade sem a observar. Esse é um ato inconsciente e comum a todos nós que nos gerimos por um qualquer horário de trabalho, atividade, compromisso ou objetivo.
Durante o processo de projeto redescobrimos o percurso deste rio que desvenda o miolo de um dos quarteirões mais antigos da cidade. Este miolo revela aquilo a que ousamos chamar não-lugar, por não ser fruto de um plano próprio, mas antes resultado de tudo o que acontece à sua volta.
Este não-lugar tem tanto de remanescente como de potencialidade e por isso, pretendemos transforma-lo temporariamente num espaço (efémero), atribuindo-lhe condições capazes de criar permanência.
Assim, o primeiro objetivo desta intervenção é transformar o não-lugar num espaço de estar efémero.
Este espaço efémero provoca a permanência que desencadeia a observação e contemplação. Quando nos permitimos verdadeiramente observar, permitimo-nos compreender o que nos rodeia, imaginar sobre essa realidade, formar crítica, refletir.
Para isso colocamos uma rede de segurança acessível sobre o rio. Uma vez na rede, o público encontra-se a pairar sobre o rio - um refletor natural que gera inúmeros pontos de vista. Cada um deles poderá ser um diferente desencadeador de pensamentos e por isso de crítica e reflexão.
Simulacro (podia ser realidade) parte da visão de um grupo de arquitetos que, através da disciplina de arquitetura - capaz de simular realidades - pretendem transformar o não-lugar num espaço efémero e fomentar a reflexão e crítica sobre a reivindicação do espaço público pelas pessoas.