Descrição enviada pela equipe de projeto. A comunidade de Chimphamba tem se reunido por anos em um edifício à beira de um colapso. Além disso, a comunidade também cresceu além da capacidade do edifício.
Como parte do envolvimento da Juventude do Malawi no vilarejo de Chimphamba, discutia-se a possibilidade de se erguer um novo espaço para os encontros comunitários. Esse tipo de edifício público é extremamente importante nas comunidades rurais, uma vez que facilitam os encontros regulares para discutir assuntos importantes, como a segurança alimentar, desafios da comunidade, entre outros. Juntamente com os chefes do vilarejo, a Juventude de Malawi pediu aos arquitetos de A4AC para projetar um novo edifício da Igreja e Salão comunitário.
Nosso objetivo principal era criar um edifício que poderia ser construído pelos próprios integrantes da comunidade, mas que ainda representasse um desafio a ser superado por eles. Nós buscamos inspiração na própria comunidade, elementos de segurança que poderiam se relacionar. Através de nossa análise de formas geométricas da comunidade, se tornou evidente que as formas cilíndricas ressoavam com segurança e proteção. Os habitantes da zona rural de Malawi criaram paredes de proteção cilíndrica em volta de árvores para as proteger as mundas dos animais, além de formas cilíndricas utilizadas nas estruturas de armazenamento de grãos, para citar algumas.
Estas formas cilíndricas estão associadas com um sentimento de proteção e resguardo, utilizado como metáfora no projeto: como se o espaço fosse proteger e resguardar o sentimento comunitário da comunidade de Chimphamba.
Essencialmente, o edifício é um cilindro, com três volumes quadrados que parecem ter sido inseridos nele. Estas caixas são construídas a partir de tijolos locais, assim como as demais estruturas existentes no vilarejo. A primeira caixa age como o foyer do edifício, a segunda como uma torre de ventilação.
O clima permite que as paredes sejam ventiladas ao longo do ano, o que permitiu a ventilação natural no edifício. As aberturas nas paredes foram inspiradas naquelas presentes na antiga igreja. Isso vale até para os buracos na cobertura do antigo edifício decadente, e embora isso não seja criado intencionalmente, resultava em fontes de luz natural que penetrava o espaço. Esta memória foi replicada na nova igreja.
A religião mais comum é o cristianismo, portanto, a cobertura do novo edifício simboliza uma cruz.
Em 2014, A4AC também construiu uma escola na mesma comunidade de Chimphamba. Mas desta vez o envolvimento dos arquitetos nesta primeira fase foi maior, concentrando habilidades em transferência de conhecimento, para que neste ocasião, a comunidade pudesse erguer a nova estrutura eles mesmos.
