

Criando um Campus Vertical de Alta Densidade - O Campus Xiaozhuang da Escola Secundária Afiliada à Universidade de Nanjing (NSFZ) ocupa um terreno de 66.700 m2, com aproximadamente 95.000 m2 de área construída. Além disso, cerca de 17.000 m2 de espaços semiabertos não são contabilizados no índice de aproveitamento. Projetado para atender 42 turmas, o conjunto configura um campus compacto e de alta densidade, resultado da disponibilidade limitada de terreno. No centro do lote, preserva-se uma edificação histórica — a antiga Segunda Estação de Comunicações da Força Aérea da República da China — juntamente com um dormitório de alto padrão construído recentemente, atualmente à espera de renovação.


Com base nas condições existentes, o projeto é organizado em torno do edifício histórico e das árvores, configurando uma paisagem central. A área ao sul desse núcleo é destinada às funções de ensino e administração, enquanto o setor norte abriga os usos residenciais e esportivos. No lado oeste, um campo esportivo com pista de corrida de 400 metros é elevado estruturalmente, permitindo o uso eficiente do espaço inferior: a faixa voltada para a via funciona como área de embarque e desembarque de pais, reduzindo a pressão de tráfego na entrada principal; a porção central abriga uma piscina semienterrada, sala de treinamento, quadra de basquete coberta e uma pista de corrida para todas as condições climáticas. Ao leste estão localizados o auditório e a cafeteria. Sobre o campo esportivo elevado, os novos e os antigos dormitórios de alto padrão são implantados lado a lado, formando um tecido urbano que faz a transição entre edifícios mais altos no leste e volumes mais baixos no oeste. Nos intervalos entre as aulas, alunos e professores podem acessar o campo elevado para desfrutar de vistas amplas em meio ao ambiente urbano denso, encontrando um espaço propício ao descanso físico e mental.



Ao sul, os edifícios acadêmicos adotam um arranjo em ziguezague organizado em torno da estrutura histórica, conformando cinco pátios semiabertos. O térreo do campus é amplamente elevado, permitindo a livre circulação entre os pátios e estabelecendo linhas de visão dinâmicas entre as entradas dos diferentes edifícios. As paisagens verdes se estendem pelos planos elevados e se articulam com múltiplos espaços semiabertos rebaixados, criando áreas destinadas ao aprendizado ao ar livre. Paralelamente, plataformas abertas e passarelas de grande vão conectam os edifícios em diversos níveis, ampliando o domínio público para os espaços acadêmicos localizados nos pavimentos superiores.


Elementos como os átrios localizados nas extremidades dos edifícios, escadas abertas integradas a áreas de descanso, salas de aula dispostas em terraços dentro das passarelas e corredores com 3,6 metros de largura configuram, em conjunto, uma variedade de espaços que favorecem a autoaprendizagem e as atividades informais dos alunos nos intervalos entre as aulas.

Reimaginando um Espaço de Leitura Aberto - Localizada ao leste da praça do edifício histórico no coração do campus, a biblioteca de 3.800 m2 incorpora o conceito de "escola aberta".


O projeto afasta-se das plantas convencionais, entrelaçando cinco volumes de leitura de grande vão — tubulares ou em terraços — em torno de um átrio compartilhado. Essas formas configuram dois tipos distintos de ambientes de leitura: espaços semifechados e terraços abertos. Uma claraboia central introduz luz natural no átrio, que é difundida por meio de múltiplas reflexões, criando uma atmosfera luminosa e estratificada. Um “caminho errante” contínuo conecta as áreas de leitura ao terraço; iniciando-se no hall do térreo, ele articula a nova área de acervo, o balcão de atendimento, arquibancadas de leitura e plataformas estudantis em diferentes níveis, estendendo-se até a sala de leitura digital no pavimento superior. Rampas suavemente inclinadas asseguram a acessibilidade entre todas as plataformas. Os volumes tubulares semifechados abrigam principalmente salas de leitura para professores e estantes de livros, alinhados aos níveis do pavimento principal elevado.


Os terraços e volumes tubulares de grande vão, formados por seções inclinadas e vigas retangulares, são sustentados pelas paredes centrais localizadas em ambas as extremidades do átrio. Esse sistema estrutural viabiliza a incorporação de janelas altas e inclinadas, que emolduram as vistas das árvores ao redor e trazem a vegetação para o interior do edifício. Janelas contínuas em faixa reforçam a conexão visual entre as salas de leitura tubulares e o átrio.


Integrando Estrutura e Serviços de Edificação - Como elemento predominante tanto no interior quanto no exterior da biblioteca, o concreto aparente moldado em fôrmas de compensado de bambu é utilizado não apenas como estrutura, mas também como material de acabamento, definindo o caráter espacial do edifício. Esse concreto de superfície lisa é equilibrado pelo uso de pisos de madeira maciça, corrimãos e estantes de livros, que conferem à qualidade escultural dos espaços internos uma atmosfera de maior calor e intimidade.

As instalações se organizam a partir das paredes centrais em ambos os lados do átrio, com tubulações e dutos passando pelos vazios da estrutura de grande vão. Um sistema de piso elevado abriga as linhas de sprinklers e os dutos de ar, preservando a integridade das superfícies de concreto aparente. As saídas de ar são integradas às estantes embutidas, mesas e corrimãos, alcançando uma solução coesa que articula arquitetura, estrutura, instalações e acabamentos.


O desenvolvimento do projeto apoiou-se fortemente no desenho em corte como ferramenta para resolver a composição espacial, as exigências estruturais e a coordenação dos sistemas prediais. Esse processo foi validado por meio de modelagem em Revit e coordenação BIM em escala real durante a construção, assegurando a execução de alta qualidade tanto dos espaços complexos quanto da estrutura de concreto aparente.


































