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Arquitetos: Esquissos - Arquitectura e Consultoria
- Área: 243 m²
- Ano: 2023
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Fotografias:Nuno Noronha Almendra
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Fabricantes: Azulcer, Cozinhas Delfim Patrício, Geberit, Lightdesign, OFA torneiras, Solmetrik, Tromilux

Descrição enviada pela equipe de projeto. Este projeto consiste na conceção de um atelier de arquitetura dentro de um espaço amplo, vazio, inacabado e sem acabamentos existentes. A intervenção baseou-se numa estratégia de valorização da estrutura pré-existente, expondo todos os elementos construtivos originais. Lajes e colunas de betão armado, bem como as paredes exteriores originais em pedra, foram deixadas expostas, oferecendo ao espaço autenticidade, carácter e identidade.

O objectivo foi transformar um primeiro andar há muito abandonado, no centro histórico de uma aldeia, num atelier de arquitetura funcional e com carácter. Ao mesmo tempo era importante criar um espaço de trabalho que refletisse a identidade do escritório, incentivasse a colaboração, e aproveitasse ao máximo a luz natural e as qualidades estruturais do espaço. A intervenção aproveitou o estado natural bruto do espaço, inacabado e despojado dos acabamentos anteriores, como uma oportunidade para destacar os materiais e elementos construtivos originais. Não houve grandes restrições de planeamento, mas o compromisso foi preservar e revelar a estrutura existente.

O layout funcional está organizado em torno de um volume central preto, que estrutura todo o interior e contém duas salas de reuniões, uma formal e outra informal, bem como um escritório privado. Definido por uma estrutura modular de metal preto com painéis de vidro, o volume preto central, preserva a permeabilidade visual e permite que a luz natural atravesse o volume. O restante espaço funciona como uma área de trabalho em plano aberto, com mesas de trabalho de grandes dimensões para colaboração em equipa.

Os materiais foram escolhidos pela sua longevidade e neutralidade, resultando num ambiente intemporal e de baixa manutenção. O forte contraste entre o volume central e a estrutura com textura irregular existente, promove o equilíbrio entre o antigo e o novo, a função e a expressão. A escolha de acabamentos neutros e duradouros, assim como o contraste criado pelo volume central com os elementos estruturais expostos, estabelecem um equilíbrio entre a expressividade da construção original e a funcionalidade e o conforto necessários para o uso diário.

Ao reactivar um espaço há muito sem utilização no centro da aldeia, o projecto contribui para a sustentabilidade urbana, demonstrando como uma reabilitação cuidada pode enriquecer tanto o ambiente construído como a comunidade. O piso onde se encontra este projeto estava fechado e sem uso há muito tempo, apresentando um ar descuidado. A sua reabilitação insere-se numa visão mais ampla da regeneração urbana, particularmente significativa no contexto de um centro histórico de pequena escala.














