
-
Arquitetos: José Gigante Arquitecto, Virgínio Moutinho Arquitectos
- Ano: 2024
-
Fotografias:João Ferrand, Virgínio Moutinho, Domus Social

Descrição enviada pela equipe de projeto. 1 -Resumo
O Bairro do Cerco do Porto foi construído em 1963, no contexto das políticas de habitação social do Estado Novo, e ampliado em 1991, tendo como objectivo realojar populações desfavorecidas que viviam em ilhas e habitações precárias no centro da cidade do Porto. É composto por 34 blocos de habitação social, com 4 a 5 pisos, num total de 892 fogos.

2 - Descrição geral
Situado na parte oriental do Porto, uma área urbana menos desenvolvida, o Bairro sofreu ao longo de décadas problemas de degradação física e isolamento social, o que marcou a sua imagem pública. Mas, se por um lado é considerado um bairro problemático, constitui por outro um exemplo de comunidade com forte coesão e orgulho local.

A "Reabilitação do Edificado Habitacional do Bairro do Cerco do Porto", foi dividida em 2 conjuntos de intervenções nos edifícios, articuladas entre si, e entregues aos gabinetes de arquitectura de Virginio Moutinho e de José Gigante. Serão complementadas posteriormente por uma ampla operação de arranjos exteriores e paisagismo, com projecto do arquitecto José Manuel Soares.

3 - Conceito. Contexto. Estratégia
A presente obra de reabilitação - surgida na sequência de duas anteriores (finais dos anos 90 e princípios de 2000, ambas projectadas por Virgínio Moutinho), corresponde a uma atitude mais estruturada – envolvendo a requalificação de todos os Blocos de Habitação, tendo como objectivo a melhoria dos elementos comuns dos edifícios, actualizando a imagem do bairro e os níveis de conforto compatíveis com as exigências regulamentares em vigor.

Trata-se sobretudo de uma intervenção centrada na envolvente construtiva dos volumes com uma incursão no espaço interior abrangendo os acessos verticais comuns. Inclui o tratamento do sistema de acessos com controlo por vídeo porteiro, reformulação das infraestruturas técnicas, pavimentação das escadas e patamares, substituição dos corrimãos, bem como a revisão dos tectos e iluminação e a instalação de portas de segurança nas habitações. Em todos os casos, é integralmente mantida a estrutura existente constituída por paredes de alvenaria de granito e lajes de piso de betão armado, factor que concorre para a redução do custo da construção.

4 - Construção. Materiais. Estrutura
A intervenção de Virgínio Moutinho corresponde à reabilitação de 16 edifícios, servidos por escadas articuladas com os fogos. Com os seguintes procedimentos: - Forra térmica de fachadas (sistema ETICS com poliestireno expandido e barramento colorido). - Substituição das caixilharias por sistemas de pvc e vidro duplo termicamente optimizados. - Colocação de grelhas de alumínio para secagem de roupa. - Renovação de coberturas com aplicação de chapa metálica sandwich com isolamento térmico interior e novo sistema pluvial com caleiras e acessórios de zinco.

A intervenção de José Gigante consiste na reabilitação de 18 edifícios, servidos por escadas e galerias abertas. Com os seguintes procedimentos: - Forra de fachadas com tijolo cerâmico à vista, de três cores, caixa de ar com isolamento térmico, e pintura protectora branca no piso inferior (materiais visando durabilidade, também adotados na reposição dos acrescentos preexistentes no r/chão). - Aplicação de caixilharias de alumínio com vidro duplo e de grelhas de aluminio para secagem de roupa. - Renovação de coberturas com manutenção da telha cerâmica, isolamento térmico e substituição de caleiras de zinco.
































