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Arquitetos: eneseis Arquitectura
- Área: 346 m²
- Ano: 2025
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Fotografias:David Frutos Fotografía de Arquitectura
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Fabricantes: Alumed, Duravit, Grb, Legrand / Bticino, prostoria, weo35

Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto tem origem em um terreno de geometria singular — um triângulo estreito e alongado que orienta tanto a implantação quanto o desenvolvimento da edificação. A proposta consiste em adaptar o volume construído à forma do lote, promovendo sutis deformações que permitem otimizar as orientações solares e valorizar as vistas, resultando em uma integração equilibrada entre forma, função e contexto.

Enquanto a fachada voltada para a rua se apresenta opaca e protetora, executada em concreto e marcada pela solidez, a face interna se abre de forma mais leve e acolhedora, adotando linhas orgânicas que favorecem a fluidez espacial. Nessa porção, materiais naturais e translúcidos, como o bambu, filtram a luz e criam atmosferas dinâmicas e mutáveis ao longo do dia, reforçando a relação sensível entre interior e exterior.

No térreo, organiza-se a zona diurna, ocupando a menor área possível para liberar espaço externo e permitir que o pavimento superior — de maior extensão — projete sombras e delimite áreas cobertas de uso ao ar livre. No primeiro andar, situa-se a zona noturna, mais reservada e voltada à privacidade dos moradores.


A casa tira proveito das condições favoráveis do clima mediterrâneo, operando com consumo energético mínimo. O projeto incorpora de forma integrada estratégias passivas — como orientação controlada, aproveitamento das inércias térmicas, iluminação natural, estanqueidade e uso da vegetação externa — aliadas a estratégias ativas, que incluem a captação de energia solar fotovoltaica, o reaproveitamento de águas cinzas e a adoção de sistemas de sombreamento eficientes.


A materialidade da casa reflete o modo como o conjunto funciona: o concreto atua como uma barreira protetora voltada para a via externa, garantindo privacidade e isolamento, enquanto, em direção ao jardim, varandas e painéis de bambu suavizam os limites e estabelecem uma transição fluida entre interior e exterior. Essa combinação cria um refúgio íntimo que dialoga com a luz, o clima e a forma singular do terreno.

















