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Arquitetos: Estúdio Chäo
- Área: 1800 m²
- Ano: 2025
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Fotografias:Fábio Souza

Descrição enviada pela equipe de projeto. O conceito do projeto expográfico, partiu de um diálogo direto com o Salão Monumental do Museu — um espaço grandioso que convidou à criação de uma arquitetura igualmente imponente. Mas essa escala encontra equilíbrio no olhar próximo de Gilberto: estudos, retratos e autorretratos que revelam as relações pessoais e artísticas cultivadas ao longo da sua vida.


Uma experiência que vai do monumental ao íntimo. Como criar olhares novos sobre uma das maiores coleções de arte do país?

No projeto de expografia de "Gilberto Chateaubriand: uma coleção sensorial" para o MAM RJ, desenhamos grandes paredes que redefinem a arquitetura do Salão Monumental do museu. As paredes organizam os núcleos curatoriais em novos espaços, propondo novos percursos, enquadramentos e perspectivas que convidam o visitante a cruzar diferentes tempos e recortes da coleção.


Apesar da escala grandiosa, o desenho dos painéis parte de uma inteligência estrutural muito simples. Utilizando as estruturas metálicas para painéis modulares existentes no acervo do Museu, apoiamos uma linha de estrutura em cada pavimento e unimos os dois andares com um único plano de fechamento em MDF passando por fora da laje, evitando a construção de estruturas novas, complexas e caras, que seriam descartadas.

A coleção a partir de quatro núcleos expográficos definidos pelos curadores Raquel Barreto e Pablo Lafuente. Unidos por um partido único e um percurso fluido, aberto, cada núcleo apresenta uma concepção espacial única, inspirada pela natureza do seu recorte:

- Origens — Para abrigar a remontagem da famosa foto das obras de Gilberto na parede monumental, nunca antes exibida ao público, e um recorte da mostra histórica de 1981, criamos uma nova geometria de percursos e janelas para a coleção
- Retratos — Retratos de artistas feitos por outros artistas, autorretratos e representações do próprio Gilberto ocupam galerias sucessivas atrás do grande painel de chegada. As paredes paralelas são atravessadas por um eixo de janelas que conduz o olhar do visitante que chega pela escada principal até o famoso retrato de Gilberto pintado por Glauco Rodrigues.
- Fronteiras — As produções além do eixo Rio–São Paulo e obras de artistas estrangeiros são dispostas em longas galerias no mezanino que oferecem um mirante para o vão principal do salão.
- Artistas — Estudos e processos artísticos revelam a proximidade da relação de Gilberto com os artistas e seus ambientes de criação. Um recinto fechado com aberturas pontuais convida o visitante a entrar neste universo, ao mesmo tempo que cria condições de iluminação mais controladas para as obras em papel.

Uma arquitetura inventada de escala monumental que, no entanto, se insere respeitosamente, abrindo caminhos: novos eixos de visão, novas relações, novas possibilidades de encontro com a arte.

















