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Arquitetos: TAISEI DESIGN Planners Architects & Engineers
- Área: 5354 m²
- Ano: 2024
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Fotografias:Katsumasa Tanaka
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Fabricantes: ABC Trading Co., Ltd., Hitachi Global Life Solutions,Inc, KIMURA KOHKI Co., Ltd., ORION MACHINERY CO.,LTD, Sekistone, TOTO LTD., Toli Corporation

Descrição enviada pela equipe de projeto. Visando uma arquitetura que coexista harmoniosamente com a natureza – O ZED Ishikari está localizado em uma área abastecida 100% por energia renovável, na zona industrial que se estende ao longo da Baía de Ishikari, em Hokkaido. Esta é uma região onde, historicamente, as pessoas têm buscado maneiras de se adaptar às variações e desafios da natureza — como o clima rigoroso e as recorrentes inundações do rio Ishikari. As atividades humanas ligadas ao assentamento e ao desenvolvimento industrial exerceram grande impacto sobre o ambiente natural; ainda assim, essa mesma região transformou-se em um território que hoje se beneficia da força e dos recursos da própria natureza.



Ao planejar a construção do Centro de Dados de Emissão Zero de Ishikari (ZED Ishikari) — o primeiro data center do Japão a operar integralmente com energia renovável — buscamos uma arquitetura de caráter altruísta, que acolhe a natureza como parte de suas próprias leis e ciclos. O projeto se estrutura em torno do conceito de quatro “ciclos” — comunidade, energia, materiais e seres vivos — propondo uma relação de integração e reciprocidade, em vez de uma coexistência pautada por uma atitude dominante sobre o meio natural.


Promovendo ciclos de energia locais – Projetado como um centro de dados com capacidade de recebimento de energia entre 2 e 3 megawatts e equipado com 400 racks, o ZED Ishikari é abastecido por uma usina solar (com geração de 1,8 MW) e por uma usina eólica offshore localizada na Baía de Ishikari. O sistema assegura um fornecimento estável de energia renovável por meio de uma bateria de 6 MWh e do uso de tecnologia de inteligência artificial para o controle de demanda e distribuição energética. Essa combinação permite uma operação contínua, ao longo de todo o ano, inteiramente alimentada por fontes renováveis — contribuindo para a produção e o consumo locais de energia e promovendo a reciclagem dos recursos energéticos gerados na própria região.


Uso cíclico da energia – Aproveitando o clima frio da região, com temperatura média de verão em torno de 20°C, adotou-se um sistema de ar-condicionado baseado na captação do ar fresco externo, reduzindo significativamente a carga de refrigeração por meio do resfriamento indireto do ar exterior. As cinco “Caixas” características do edifício também funcionam como paredes de cisalhamento e elementos que tornam visível o fluxo de ar: o ar fresco é conduzido sob as Caixas até as unidades externas de ar-condicionado, enquanto o ar de exaustão é liberado pela parte superior. O calor residual proveniente das salas de servidores é reaproveitado tanto no sistema de ar-condicionado sob o piso quanto no aquecimento das vias, permitindo que a energia circule e seja reutilizada de forma eficiente dentro do edifício.



Uso cíclico de recursos – Durante a construção do ZED Ishikari, foi dedicada especial atenção à redução do impacto ambiental, minimizando o desperdício por meio da reutilização de materiais remanescentes do próprio processo construtivo. As emissões de dióxido de carbono foram reduzidas com o uso de materiais reciclados e produzidos localmente, incluindo fôrmas de cimento com lã de madeira empregadas como acabamento, além do aproveitamento eficiente de recursos regionais. Também promoveu-se a reciclagem geral de materiais de instalação, reaproveitando componentes de fôrmas descartadas e obstáculos subterrâneos como matéria-prima para sinalização e mobiliário, reforçando o compromisso com uma construção circular e de baixo impacto ambiental.


Ciclos biológicos e paisagísticos – Como parte do projeto paisagístico, o solo excedente resultante da construção foi reaproveitado para formar uma colina que recria a vegetação costeira e a microtopografia características de Ishikari, estabilizando a modelagem verde do terreno por meio das próprias forças naturais. O local foi replantado de modo a seguir gradualmente a topografia, criando uma transição natural do lado exposto ao lado protegido — da pradaria costeira, passando pelas comunidades de rosa-rugosa, até as formações de carvalho-japonês.





























