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Arquitetos: Pepa Diaz Arquitecta
- Área: 97 m²
- Ano: 2024
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Fabricantes: Metra Building

Descrição enviada pela equipe de projeto. A Casa em Los Llanos é uma residência atemporal e eclética, resultado da recuperação parcial de uma antiga ruína — pouco restava dela inicialmente, mas era a casa de infância do proprietário. O projeto buscou uma integração harmoniosa com a paisagem, pautada na sustentabilidade econômica, ambiental e social. Foram geridos recursos locais, reutilizados e reciclados materiais sempre que possível, promovendo um processo de economia circular. A casa foi concebida não apenas como expressão física, mas também como um fato cultural e identitário, conectando profundamente o lugar ao seu habitante e à sua memória familiar.



A construção do projeto foi realizada com um caráter artesanal. Nos muros semienterrados, o cliente pôde experimentar com a terra local, explorando suas possibilidades e limitações, com a mesma dedicação com que seus pais cultivaram aquelas terras — um gesto que estabelece um paralelismo simbólico e uma conexão holística com o lugar. Partes da estrutura original foram reaproveitadas, como a cobertura e alguns materiais, reinterpretados para integrar o mobiliário interno. As tábuas que antes compunham o telhado do antigo estábulo, por exemplo, transformaram-se na estante da atual área de estar.



A intervenção da Casa em Los Llanos concentra-se na recuperação da ruralidade, preservando e valorizando uma arquitetura muitas vezes silenciada ou negligenciada, agora envolta em um ar de contemporaneidade. Recuperar a essência das habitações que um dia acolheram aqueles que trabalhavam no campo e viviam da agricultura significa, para os atuais habitantes, restabelecer uma conexão essencial com seus antepassados e com as gerações futuras — deixar uma marca contemporânea sobre o preexistente e manter viva a memória de quem, na infância, um dia a habitou.


Um lugar atemporal, protegido da invasão urbana, que convida à reflexão sobre a relação com o entorno, sobre como fazer parte dele e sobre as novas formas de habitar o futuro. No interior, antes subdividido em pequenas estâncias, os moradores desejam experimentar o conceito contemporâneo de um espaço principal definido apenas pela envoltória, que permita à família usufruir plenamente do volume durante as atividades na área de estar, adaptando-se assim às novas formas de viver em relação às décadas de 1960 e 1970. Isso levou a concentrar o restante do programa, como dormitórios e banheiro, no volume remanescente.


















