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Arquitetos: We Design Studio
- Área: 6000 ft²
- Ano: 2025
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Fotografias:Ishita Sitwala | The Fishy Project

Descrição enviada pela equipe de projeto. Emergindo como um monólito escultural à beira de uma salina, esta casa é uma aula de arquitetura elementar — equilibrada entre terra e água, tradição e modernidade, permanência e porosidade. Localizada em uma propriedade de quatro hectares, pacientemente adquirida ao longo de uma década, a residência repousa discretamente entre o rio Chapora e uma faixa de manguezais, ancorada por três salinas artificiais que definem não apenas sua implantação, mas também o espírito de sua arquitetura.


Com regulamentações rígidas limitando a área construída, o projeto exigiu uma filosofia de desenho destilada à sua essência mais pura. Esta não seria uma casa para ser adornada — mas para ser descoberta. Desde o início, a visão compartilhada entre arquiteto e cliente foi guiada pela contenção e pela reverência: uma resposta espacial orientada não pelo ornamento, mas pelo clima, pelo contexto e pela verdade dos materiais.

A arquitetura se desdobra como um tríptico vertical — uma composição tátil de concreto, madeira e zinco. Um volume bruto e esculpido em concreto ancora a casa ao solo, enquanto uma delicada caixa de muxarabis de teca flutua sobre ele, coroada por um telhado leve de liga de titânio e zinco que paira como um dossel protetor. Esse jogo entre peso e leveza, opacidade e permeabilidade, define o núcleo visual e funcional da residência.

A estrutura construída foi posicionada na borda sul da maior salina, permitindo que a casa se estenda em direção à paisagem. Entre a residência e a superfície refletiva da salina, estende-se uma piscina linear. Com uma borda infinita que se dissolve visualmente nas águas salinas além, a piscina torna-se um gesto de continuidade arquitetônica — uma extensão do diálogo silencioso da casa com a água.


A chegada é uma experiência cuidadosamente orquestrada. Um pórtico de entrada em estrutura metálica, ladeado por muros de laterita, conduz a um saguão de pé-direito duplo. Este espaço atua como a espinha dorsal da casa, abrindo-se para amplas áreas de estar, jantar e bar, que por sua vez se conectam ao deque da piscina. A fronteira entre interior e exterior se dilui por meio de grandes panos de vidro e varandas cobertas que emolduram as vistas e filtram a luz, convidando a paisagem para o coração da casa. Um quarto de hóspedes no térreo, voltado para o sul, observa uma faixa verde exuberante.

A circulação é igualmente poética. Uma escada metálica independente se eleva pelo espaço de pé-direito duplo até o primeiro andar, que abriga quatro quartos e uma sala de estar familiar. Um balcão contínuo envolve esse pavimento, protegido por painéis de madeira teca com lâminas móveis. Esses painéis funcionam como um filtro, protegendo os ambientes internos do sol intenso e das chuvas torrenciais do clima tropical de Goa. No nível inferior, acessado por uma escada a partir do deque da piscina, encontra-se um spa com salas de vapor e sauna, reforçando o equilíbrio fluido entre funcionalidade e contemplação.


A paleta de materiais é local, tátil e honesta. Cada superfície vibra com uma sensualidade arquitetônica que celebra as variações naturais dos materiais. As dependências de serviço são construídas em concreto aparente e pedra laterita extraída localmente, homenageando as técnicas construtivas regionais. O térreo da casa é revestido com argamassa de cimento polido, enquanto o primeiro andar brilha como uma lanterna à noite, com a luz se projetando suavemente para fora. No interior, paredes e pisos em cimento, em tons de cinza, preto, verde, mostarda e terracota, evocam uma rusticidade refinada, suavizada por detalhes em palha, compensado aparente e granito indiano de veios marcantes.


O local é ativado com camadas de experiências personalizadas: uma quadra privada de pickleball, uma academia com equipamentos feitos de madeira reciclada, um pavilhão de yoga e um píer privado. Uma estufa cultiva produtos da casa, contribuindo para uma ética de autossustentação. A casa está repleta de arte contemporânea da coleção pessoal do cliente, que abrange décadas — um fio narrativo sutil, mas convincente, que entrelaça a cultura contemporânea na envoltura construída.

Apesar de sua escala e localização, a casa permanece compacta, eficiente e profundamente conectada ao entorno. As áreas de serviço são discretamente integradas em nichos arquitetônicos, permitindo que os espaços principais respirem. Construir dentro de uma zona de proteção costeira trouxe desafios singulares — desde a necessidade de erguer um dique para a piscina até a integração de uma vala municipal aberta no planejamento do terreno. Cada obstáculo foi resolvido com engenhosidade, nunca com concessões, elevando o projeto em vez de limitá-lo. Em sua totalidade, esta casa não é apenas uma residência — é uma paisagem habitada. Um lugar onde arquitetura, natureza e ofício convergem com autoridade silenciosa, criando um refúgio ao mesmo tempo poético e pragmático.
























