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Arquitetos: Civic Architects
- Área: 6049 m²
- Ano: 2025

Descrição enviada pela equipe de projeto. A primeira universidade dos Países Baixos foi fundada em Leiden em 1575. O instituto é presença familiar no centro histórico da cidade, com seus edifícios históricos. Menos conhecido é o fato de que os edifícios “Gorlaeus” da universidade foram construídos na segunda metade do século XX, marcando o desenvolvimento de um campus de conhecimento moderno fora do centro da cidade: o atual Leiden Bio Science Park.


O edifício do auditório Gorlaeus, também conhecido como “O Prato”, foi adaptado e renovado para se tornar um centro educacional e de reuniões energeticamente eficiente, com espaços de estudo e trabalho, restaurante para 400 pessoas e quatro salas de aula com capacidade de 250 a 700 lugares. A Civic foi responsável pelos projetos arquitetônico e de interiores, inspirando-se no modernismo marcante dos arquitetos originais Drexhage, Sterkenburg, Bodon & Venstra (DSBV).

Modernismo extravagante – O edifício Gorlaeus apresenta características típicas de um prédio universitário modernista, como o pavimento principal elevado e fachadas de vidro. Entretanto, ele transcende a aparência austera e genérica normalmente associada a esse estilo, por meio de estética estrutural diferenciada e detalhes exagerados. Essa ideia de “hiperfuncionalismo” foi reinterpretada como ponto de partida para a recente transformação. Nesta metamorfose, o conceito de “funcionalidade” foi atualizado para o discurso contemporâneo: um funcionalismo menos centrado na autonomia e mais voltado à conexão — com o ambiente, o clima e os usuários.

Ancorando o edifício no Bio Science Park – O anexo que originalmente formava a entrada foi demolido para liberar o edifício em seu entorno e permitir acesso às instalações próximas. As funções públicas nos andares elevados, antes distantes da vida do campus, agora estão conectadas diretamente ao solo por uma nova escadaria. Esta marca a nova entrada principal a partir do eixo central da praça do campus, visível e acessível a todos os usuários. De longe, a escadaria ecoa a escala exagerada da estrutura de concreto existente. De perto, os pequenos seixos e o padrão de usinagem refinado conferem uma qualidade mais tátil. A escadaria ampla também funciona como ponto de encontro externo para estudantes, com vistas para a praça e o parque do campus renovados. O patamar superior conecta-se a um corredor circular que permite acesso às salas de aula por dois lados e oferece vistas sobre o campus. De um lado, leva a um restaurante panorâmico com áreas de trabalho, reunião e estudo, que também funciona como espaço para apresentações, conferências e cerimônias.


Invertendo a orientação da fachada – Outra intervenção chave foi transformar as passarelas de manutenção em um anel funcional de varandas com nova forma. O ângulo da fachada, inclinado para cima e que conferia ao edifício sua aparência defensiva, foi espelhado para baixo, reforçando a relação visual entre o edifício e o entorno. Agora, os transeuntes veem não apenas o céu refletido no vidro, mas também o campus, e o novo ângulo permite melhores vistas para o interior. A fachada circular reforça o caráter icônico do edifício, permitindo que ele mantenha seu apelido com dignidade.

Jardins de inverno adaptativos ao clima – O projeto original da fachada, de DSBV, parece uniforme, mas cada segmento responde de forma diferente ao ambiente e à luz solar. Essa abordagem inicial de adaptação climática inspirou a preservação energética da fachada. As esquadrias de aço com vidro simples foram substituídas por um anel de conservatórios de proteção térmica, ou jardins de inverno. Diferentes segmentos principais do anel foram projetados de forma distinta, respondendo à orientação solar e ao ritmo dos dias e das estações. Nos lados sul e leste, jardins de inverno aquecidos passivamente, mas ventilados ativamente, oferecem espaços funcionais adicionais: um banco voltado para a praça do campus e uma série de assentos conectados ao restaurante. Os usuários podem tomar café com vista, socializar ou usar seus laptops antes ou depois das aulas. Nos lados norte e oeste, passarelas de limpeza de janelas foram mantidas, com coberturas para reduzir o aquecimento dos corredores pela energia solar. Elas também incorporam as novas escadas de emergência.


Segmentos suspensos – Devido ao papel central do edifício como maior auditório da universidade, ele permaneceu em uso durante a construção. A demolição e reconstrução foram cuidadosamente planejadas em etapas, alinhadas ao calendário acadêmico. Um método específico de logística de obra tornou isso possível: segmentos de 10 metros de largura por 6 metros de altura foram montados peça por peça no local e suspensos em sua totalidade entre as estruturas radiais existentes, do lado de fora. Cada fase correspondia a um segmento do corredor atendendo a uma sala de aula, de modo que apenas uma sala ficava fora de operação em cada etapa, mantendo as demais sempre disponíveis a partir de um lado do anel do corredor.














