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Arquitetos: JDR Arquitectos
- Área: 152 m²
- Ano: 2023
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Fotografias:Ernesto Gutiérrez

Descrição enviada pela equipe de projeto. Um bom projeto deve ser desenvolvido junto ao usuário, pois só assim é possível criar um programa arquitetônico que realmente atenda às suas necessidades. Por isso, o primeiro passo é compreender o cliente: seus desejos, preferências e estilo de vida. A Casa Roja foi concebida para um homem que divide sua vida entre sua cidade natal, El Grullo, e o exterior, onde se dedica à sua carreira profissional. O projeto buscou criar um ambiente que transmitisse conforto e bem-estar, transformando-se em um refúgio acolhedor para os momentos de retorno, após longos períodos longe de casa. Cada espaço foi minuciosamente planejado para promover a convivência e a interação, de forma que até mesmo as escadas se tornam locais que convidam a uma pausa, uma troca de olhares, uma conversa despretensiosa.



Para o projeto foi considerado um terreno irregular em esquina. Com o intuito de contornar essa irregularidade, o volume foi dividido em dois blocos. O primeiro foi orientado para o compartilhamento. O térreo contém sala, cozinha e sala de jantar em um espaço fluido onde os limites se desfocam convidando à integração dos ocupantes.


O andar superior é 100% um terraço, com isso, nunca será preciso limitar o número de convidados. Lá aproveitamos a privilegiada vista para o parque Chiautempan e um dos melhores baluartes da região, seus morros que a cada temporada mudam, oferecendo assim diferentes emoções ao longo do tempo. O segundo bloco, o habitat privado, abriga 3 quartos, dispondo de 3 banheiros, dois deles privados e uma suíte principal onde novamente aproveitamos a vista urbana e natural.


Para manter a intimidade do espaço, todo o interior foi fechado por uma faixa sólida que dá a sensação de isolamento, ao cruzá-la somos recebidos por um imponente jardim que abraça todo o bloco construtivo, nele a rua começa a se desmaterializar, entramos em uma espécie de limbo que é apenas o prelúdio da entrada ao habitat, a partir deste ponto contemplamos suas fachadas monolíticas vestidas com um reboco tingido que, com o passar do tempo, forma uma pátina, conferindo caráter à construção.


Entre os dois grandes monólitos, um corredor afunilado completamente aberto nos leva a um hall distribuidor que nos envolve em uma sensação de leveza e transparência, evidenciando o contraste com os blocos construtivos que refletem robustez, proteção e intimidade. Tudo se intensifica com o vermelho marcante do exterior que, ao adentrar a casa, se suaviza em um branco turvo. Essa transição, aliada às formas e texturas, estabelece um diálogo harmônico entre o interior e o exterior, convidando à introspecção — tanto emocional quanto arquitetônica. No coração do projeto, uma ponte integrada às escadas cria distâncias quase etéreas, que podem ser superadas em apenas dois passos, como se o espaço brincasse com a percepção do tempo e da proximidade. Nesta obra, alcança-se uma linguagem arquitetônica honesta e profundamente emotiva, transformando o retorno para casa em uma verdadeira experiência sensorial, uma iguaria a ser saboreada com calma e prazer.

















