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Arquitetos: 16 arch studio, air matters
- Área: 730 m²
- Ano: 2024
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Fotografias:Yuchen Chao Photography

Descrição enviada pela equipe de projeto. Solar Locus é a sede corporativa de uma empresa de energia solar em Taiwan. Tendo a luz como ponto de partida, o projeto busca um retorno à essência da natureza, com a arquitetura servindo como meio de reconexão entre o ser humano e o mundo natural. A proposta aspira criar uma estrutura que capture os rastros de luz e sombra — onde seja possível despertar para a presença da luz e da natureza por meio da percepção espacial — transformando a própria arquitetura em um “Recipiente de Luz”.


O edifício de cinco pavimentos assume a forma de um cubo monumental, firmemente ancorado no dinâmico contexto urbano. Sua fachada de concreto transmite solidez e fechamento, mas ao atravessar a parede externa revela-se um delicado volume envidraçado, estabelecendo um contraste entre peso e leveza. As curvas da fachada evocam a presença do sol — o nascer e o pôr do dia, o traçado do seu movimento no céu. No nível térreo, arcos abrem o acesso à praça frontal e ao jardim lateral, criando um espaço comum para interação social e ampliando a permeabilidade do conjunto. Nos andares superiores, as aberturas curvas se voltam para a cidade, estabelecendo um diálogo entre o jardim da cobertura e o tecido urbano.


Entre a camada de concreto e o volume envidraçado, um espaço intermediário permeável permite que ar e luz circulem livremente. Esse átrio vertical conduz o olhar para cima, emoldurando o céu como elo visceral com a natureza. A face interna da parede de concreto pode ser entendida como a “quinta fachada” do edifício — uma tela vertical que se estende do solo à cobertura — por meio da qual a presença imensurável da luz se torna perceptível. Perfurações circulares de diferentes tamanhos, distribuídas de acordo com a malha estrutural do concreto aparente, devolvem escala humana à massa monolítica. A luz solar atravessa esses pequenos orifícios e se difunde suavemente no interior como feixes fragmentados.



Com sua simplicidade formal e o equilíbrio preciso entre cheio e vazio, a arquitetura se refina até seu núcleo estrutural e material mais puro — conduzindo os usuários a um encontro com a essência espacial. O jogo da luz, no cotidiano de quem entra e sai, convida à percepção da ordem natural e da temporalidade imaterial, incentivando de forma sutil uma reconexão consigo mesmo e com o mundo ao redor. Assim, a arquitetura transcende sua materialidade para alcançar uma presença espiritual — ao mesmo tempo delicada e profunda, íntima e imponente — uma manifestação de “Monumentalidade Ordinária”.

































