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Arquitetos: Atelier d'More
- Área: 208 m²
- Ano: 2025
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Fotografias:Langxing Zhou

Descrição enviada pela equipe de projeto. Suspenso acima de uma torre de escritórios no distrito de Xinjiekou, na China, um espaço espiritual engaja-se em um diálogo silencioso com a cidade. No momento em que você abre a porta de vidro, o rugido da cidade é instantaneamente removido, revelando um sistema orgânico composto por madeira de bétula, tecido e luz. O Atelier d'More reconstrói o espaço de aprendizado urbano contemporâneo através de uma lente arquitetônica, compondo uma narrativa espacial e percepção corporal a mais de cem metros acima do solo.


Uma instalação flutuante em forma de lanterna serve como um totem espiritual do espaço. Projetada digitalmente e feita de compensado de bétula, apresenta junções finamente detalhadas. Sua estrutura de madeira está escondida atrás do tecido, levemente visível, respirando em ritmo enquanto a luz passa através dela. Durante o dia, a luz do sol entra suavemente através das fendas na madeira e no tecido, projetando sombras sobre as mesas. À noite, a luz quente surge através de cortinas semitransparentes, tingindo o teto com um brilho suave, como um sonho flutuante. Este dispositivo de iluminação suspenso não é apenas um sistema funcional, mas um símbolo espiritual do espaço. Sua sombra se transforma gradualmente de sólida para etérea ao longo de um ciclo solar de 12 horas.


Verticalmente, projetamos um caminho envolvente, posicionando zonas funcionais em áreas com mínimas obstruções acima. Múltiplas caixas tridimensionais estão intercaladas dentro da zona de estudo, aumentando o espaço utilizável enquanto enriquecem a experiência espacial. Subir a escada leva a um reino espiritual—o espaço de meditação. Este local em forma de cápsula possui uma mesa retrátil transparente na extremidade mais distante, permitindo que os usuários contemplem a cidade de cima.



Para minimizar custos e preservar a altura do teto, instalaram-se forros rebaixados parciais apenas nas áreas que acomodam dutos de climatização e ventilação, concentrando a maior parte da infraestrutura nessas seções. Isso permitiu que as demais superfícies do teto permanecessem limpas e expostas. Módulos de forro de madeira, cuidadosamente compostos, estabelecem novas relações visuais com os elementos interiores, e sua separação deliberada do teto original reforça a sensação de leveza.



Restrições muitas vezes geram os projetos mais evocativos. Para diminuir o impacto visual dos canos de sprinkler de incêndio horizontais, projetamos luminárias de madeira que se fixam diretamente à eles. Organizadas em fileiras, as luminárias transformam os tubos intrusivos em elementos estruturais que conectam as luzes — convertendo funcionalidade em uma declaração estética. Para a mesa de 12 lugares, localizada na zona de maior intensidade sonora, foi projetada uma coluna central quadrada que concentra as necessidades de fiação e, ao mesmo tempo, sustenta canais de iluminação em balanço. Cada balanço incorpora um mecanismo de tela removível: uma fenda percorre o centro de cada lado, permitindo pendurar telas que podem abrir ou fechar as linhas visuais entre os assentos opostos.


O espaço é mais do que um contêiner funcional — é um amplificador emocional. A dimensão mais comovente do projeto está em sua própria construção: a fixação do tecido às estruturas de madeira foi realizada pela família do proprietário. Essa forma de “construção participativa” confere aos detalhes não padronizados um caráter singular, transcendendo a frieza da mecanização e transformando-se em espaços de memória. Com o tempo, o tecido passa a absorver os vestígios de seus habitantes, e o espaço deixa de ser apenas um objeto projetado para tornar-se uma entidade viva.































