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Arquitetos: KRDS (Kourosh Rafiey Design Studio)
- Área: 1100 m²
- Ano: 2024
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Fotografias:Mohammad Hassan Ettefagh

Descrição enviada pela equipe de projeto. O edifício de escritórios da Ava Communications está localizado no Parque Tecnológico de Pardis, a cerca de 20 quilômetros a nordeste de Teerã. O projeto ocupa um terreno de 800 metros quadrados, situado ao final de uma rua sem saída, com um amplo percurso de pedestres margeando sua parte posterior. Logo no início do processo de projeto, um avião desativado foi instalado no local como elemento escultórico — um gesto inusitado que influenciou significativamente a forma arquitetônica da construção.

A organização do programa distribui-se em três pavimentos acima do solo e um subsolo. Os escritórios administrativos ocupam os andares superiores, enquanto o nível subterrâneo abriga a oficina e o estacionamento. A entrada principal se dá pelo térreo; no entanto, devido ao declive do terreno, foi criada uma entrada independente para a oficina, acessada pela via de pedestres adjacente.

Por estar posicionado no final de um beco, o edifício se distancia ligeiramente do campo visual de quem se aproxima. Para estabelecer uma conexão visual mais dinâmica, o último pavimento foi inclinado em direção ao final da rua. Esse movimento gera um volume curvo na parte posterior do edifício, alinhando-se ao caminho de pedestres a leste e criando um recuo espacial em relação à asa do avião. Essa deformação dá origem a um vazio vertical profundo na fachada oeste, que se inicia em uma claraboia no último andar e se estende até o térreo. Importante destacar que esse gesto não se limita à superfície externa — ele escava o volume construído, formando um átrio em múltiplos níveis que conecta interior e exterior. Com uma leve torção direcional, esse vazio alcança o subsolo, permitindo a entrada de luz natural e ventilação em todos os quatro andares.


Essa manipulação volumétrica se reflete também na lógica estrutural. Ao longo do eixo central do edifício, todas as colunas são inclinadas, em contraste com os apoios verticais localizados na extremidade sul. Juntas, essas estruturas criam bifurcações rítmicas semelhantes a galhos de árvores, definindo a experiência espacial interna. Embora o projeto original previsse uma estrutura inteiramente em concreto, exigências estruturais levaram à adoção de aço nas junções entre as colunas inclinadas e as paredes curvas. Esse sistema híbrido introduz um contraste tátil entre os materiais, enfatizando a geometria dinâmica do edifício.


A circulação interna reforça o conceito de movimento através do espaço. Uma escada metálica suspensa percorre o vazio central, conectando todos os pavimentos. Logo na entrada, o volume escultural da escada se impõe como elemento funcional e marco espacial. O primeiro lance é linear e direto, com um patamar intermediário; os lances superiores mudam de direção e ritmo. Essa progressão em camadas revela a diversidade de experiências espaciais oferecidas pela arquitetura. A subida pela escada torna-se uma jornada contínua e imersiva pela luz, pelos volumes e pela estrutura — uma coreografia arquitetônica cuidadosamente orquestrada.














