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Arquitetos: Studio Bewell
- Área: 153 m²
- Ano: 2025
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Fotografias:Koraphin Oantaralok, Atiroj Thongsen

Descrição enviada pela equipe de projeto. Suavemente assentado sobre a água, o café valoriza o artesanato tradicional de Korat e os materiais provenientes da vila de Dan Kwian, conhecida por sua cerâmica artesanal. O projeto reinterpreta esses elementos em uma linguagem contemporânea, em resposta ao pedido dos clientes por uma construção sobre a água que complementasse o restaurante local “Chai Thung”, situado à beira do lago. Foi pensado como uma extensão do restaurante, com o objetivo de acolher mais clientes sem perder a atmosfera acolhedora do espaço original.


Priorizando materiais locais e o saber dos artesãos de Korat, a terracota — elemento símbolo de Dan Kwian — foi escolhida como principal material, com o aval do cliente e dos arquitetos. Seus tons naturais, que variam do marrom-avermelhado ao preto, surgem da queima em alta temperatura, sem adição de pigmentos. Essa paleta terrosa definiu a identidade visual do projeto.


As telhas de terracota foram usadas em diferentes partes da arquitetura, tanto no telhado quanto no piso. As peças de borda reta, típicas da região, foram instaladas em novo ângulo, criando um discreto diálogo com a geometria do telhado original do restaurante. Tijolos vermelhos maciços foram organizados de forma orgânica ao longo de uma entrada curva, inspirada nas formas da cerâmica tradicional. Essa composição ajuda a reduzir a escala da construção, tornando o ambiente mais acolhedor, mas ainda aberto e conectado à paisagem.




O piso interno de terrazzo branco do café incorpora fragmentos de telhas de terracota de segunda linha, remanescentes de fábricas locais. Esses pedaços foram quebrados, reorganizados e aplicados em padrões criativos por artesãos da região, criando um detalhe lúdico e tátil no interior.


Um dos elementos mais marcantes do projeto é o uso dos “jor” — recipientes cerâmicos curvos, pouco conhecidos pelo público, mas essenciais no processo de queima em Dan Kwian. Eles servem de suporte para outras peças dentro do forno, funcionando como estruturas invisíveis na produção cerâmica. Aqui, foram reaproveitados como instalações escultóricas, trazendo força visual ao projeto e, ao mesmo tempo, revelando — de maneira silenciosa e poética — os bastidores da tradição artesanal da região.


























