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Arquitetos: Meneghetti Arquitectos
- Área: 240 m²
- Ano: 2025
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Fotografias:Fernando Schapochnik

Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto está localizado em um amplo terreno de San Miguel del Monte, nas proximidades do bairro rural La Florentina, Argentina. Trata-se de uma área de baixa densidade, marcada por extensões verdes, caminhos de terra e a presença de silos metálicos que completam a paisagem. Essas construções agrícolas, tão enraizadas no imaginário das "escapadas" da cidade de Buenos Aires, tornaram-se um ponto de referência simbólico e material para o projeto.

A estratégia foi deliberada: construir uma casa com um único material, envolvente e contínuo, que pudesse refletir e dialogar com o entorno. A chapa galvanizada, presente em galpões e silos do local, se torna aqui o material principal: revisitada e reconfigurada como recurso estético e tectônico para habitar a planície. Seu caráter mutável frente à luz, sua capacidade refletiva e sua coloração prateada permitem que a casa se mimetize com os céus e a geada sobre o verde próprio da planície do campo.

A implantação e a orientação do volume seguem dois gestos complementares. Voltada para a frente, a casa se mostra mais opaca e fechada, resguardando a intimidade de seus interiores. Na parte posterior, abre-se para um pátio protegido por duas de suas alas, que se projetam em direção a um horizonte sem fim. Esse jogo de aberturas e fechamentos reflete a essência do habitar rural: viver voltado para dentro, mas em permanente diálogo com o exterior.


O programa se desenvolve principalmente no térreo, em uma distribuição linear e fluida. No entanto, a resolução do telhado em uma única grande inclinação convergente permite liberar uma espacialidade interna que ganha altura em um ponto central. Esse espaço é aproveitado como um mezanino habitável, uma espécie de mirante ou refúgio para as crianças, que acrescenta ao uso cotidiano uma dimensão lúdica e expansiva.


A casa se revela como um refúgio contemporâneo no campo: sóbria, austera, silenciosa e profundamente enraizada em seu contexto imediato. Não busca se impor sobre a paisagem, mas sim prolongar sua lógica, ressoar com suas memórias e, a partir do essencial, construir um espaço onde novas lembranças possam florescer.





























