
-
Arquitetos: Espiral Arquitectos
- Área: 227 m²
- Ano: 2024
-
Fotografias:Marcos Zegers
-
Fabricantes: Atika, Ignis Terra , Masisa, Topwood, WoodArch

Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto é concebido como uma habitação para dar abrigo a uma família, em harmonia com o entorno de Viña del Mar, Chile, cujo clima ameno costeiro se infiltra entre florestas de pinheiros e numerosas encostas.

O projeto é concebido a partir de sua estrutura, em uma sucessão organizada de 26 marcos (eixos A – Z), muito semelhantes entre si, e que se distanciam 122 cm uns dos outros, do começo ao fim.


Esses marcos, de composição muito leve, esbelta, com nós e uniões, dão corpo à estrutura desta casa, a partir da qual se configura o espaço arquitetônico.

A madeira surge como o material mais indicado para trabalhar a linguagem tectônica. Define-se uma malha de 122x122 cm, de modo a otimizar os comprimentos comerciais da madeira e trabalha-se com uniões ou travas a "meia madeira", para assegurar a configuração espacial de acordo com as necessidades programáticas do projeto.


A malha de pilares transmite suas cargas ao solo por meio de apoios pontuais sobre estacas, minimizando o impacto da construção na paisagem. Além de constituírem a estrutura principal — os “ossos” da casa —, esses elementos também funcionam como expressão autêntica da arquitetura, sempre visíveis tanto no interior quanto no exterior da edificação.

Os marcos também se adaptam à topografia e à paisagem, diminuindo em altura, na direção leste/oeste, gerando uma espacialidade distinta entre a área de dormitórios (privada) e a área de estar/jantar/cozinha (pública).


O pré-montagem dos marcos foi feita no terreno, acelerando o processo de construção. Além disso, todos os materiais utilizados foram fabricados em locais próximos à obra, reduzindo assim a pegada de carbono.

Esses “ossos primários”, banhados de luz, vão sendo preenchidos de forma estratégica ao longo de suas bordas. Fechamentos opacos voltados para o sul garantem privacidade em relação aos vizinhos, enquanto superfícies transparentes ao norte favorecem a entrada de luz natural e ventilação cruzada, equilibrando conforto ambiental e abertura visual.

Na mesma malha estrutural, projetam-se para os exteriores da casa as circulações que a envolvem. A partir dos mesmos marcos organizadores, a rampa ao sul acompanha os pátios de luz, revelando vislumbres do interior e da vegetação. Já o corredor ao norte segue o relevo e a paisagem natural, transformando-se gradualmente em uma escada que conduz ao jardim.













