

Descrição enviada pela equipe de projeto. Na configuração das casas tradicionais vietnamitas, o pátio sempre desempenha o papel de espaço imediato — um lugar de conexão entre as pessoas e a natureza, e também entre os membros da família. Para aqueles que se mudaram do campo para a cidade, essa imagem não é apenas uma lembrança nostálgica, mas também uma necessidade presente — como no caso da moradora desta casa, uma mãe em tempo integral, sempre dedicada ao cuidado da família.

Ela deseja um lugar para viver plenamente, descansar, cultivar o afeto e nutrir a alma — um lar onde possa amar e criar seus filhos, cercada pela natureza e pela presença da família. A preocupação com os sufocamentos e enclausuramentos comuns nas casas urbanas em terrenos estreitos tornou-se o impulso para imaginar uma “casa do campo dentro da cidade” — um lugar com pátio, pedaço de céu e espaços abertos generosos.

De forma mais ampla, esse desejo levanta uma questão que frequentemente nos fazemos ao trabalhar com projetos de casas urbanas: como o "vazio central" pode ir além de uma solução técnica para luz e ventilação, e se tornar de fato um "pátio" — um espaço onde se possa sentir a natureza, desacelerar e se reconectar com os outros?


Este projeto é uma tentativa de resgatar o espírito da espacialidade rural dentro dos limites de uma casa urbana. Cada unidade da casa possui seu próprio pátio, que atua como uma zona de amortecimento microclimática e também como espaço de convivência ao ar livre. Esses pátios são empilhados verticalmente e conectados por um vazio aberto na parte posterior. As funções compartilhadas — em vez de serem confinadas ao interior — foram organizadas em espaços externos, favorecendo a ventilação cruzada e promovendo maior interação entre os membros da família.


A imagem do telhado rural — onde memórias das avós e das mães são preservadas — é a principal inspiração para a forma do projeto. A linguagem inclinada é aplicada de maneira coerente, evocando a silhueta familiar dos telhados tradicionais e suavizando a rigidez típica dos volumes empilhados das casas urbanas. As coberturas entrelaçadas em torno do pátio comum despertam suavemente o subconsciente, trazendo uma sensação de familiaridade para quem deixou sua terra natal — como um fio invisível de pertencimento, que transmite calor e conexão através das gerações.
















