
-
Arquitetos: Carmona Pérez Marino
- Área: 260 m²
- Ano: 2024
-
Fotografias:Obra Linda
-
Fabricantes: Aluplast, AutoDesk, EGGER, FV, Fibaro, Lumion, Portobello, Vite, World Leds Go

Uma casa pensada para toda a vida - O projeto "Casa Bosque" surge do desejo de um casal com filhos adultos de construir um refúgio que lhes permitisse escapar do ritmo acelerado da cidade. Concebido inicialmente como uma residência de verão e finais de semana, o projeto foi pensado desde o início como um lar permanente para o futuro. Com uma ideia muito clara por parte dos clientes, o requisito principal era uma casa de um só andar, sem escadas, que garantisse acessibilidade e conforto ao longo do tempo. A materialidade também estava definida: concreto aparente e grandes aberturas para incorporar luz natural e emoldurar as vistas do entorno.




O principal desafio foi o terreno: um lote com forte inclinação e dimensões ajustadas para abrigar o programa requerido em um único andar. A solução surgiu a partir dessa dificuldade. Propôs-se elevar parcialmente a residência para liberar o nível inferior e localizar ali o espaço gourmet, a lavanderia e a garagem coberta, aproveitando a topografia sem alterar sua essência. Assim, a casa se apoia sobre uma base de pedra cinza, criando a sensação de uma caixa de concreto suavemente apoiada no terreno natural.



O acesso principal é feito por uma rampa que acompanha a inclinação e conduz ao andar principal, enquanto um acesso secundário conecta o nível inferior. Essa estratégia não apenas resolve o funcional, mas também potencializa as vistas em direção ao bosque.

Formalmente, a casa responde aos recuos obrigatórios do lote, gerando subtrações que permitem o surgimento de pátios e áreas cobertas. Nesses vazios, os eucaliptos existentes atravessam a arquitetura, em um gesto que reforça a integração com a paisagem. O projeto, desenvolvido posteriormente à pandemia, acentuou a ideia de um percurso exterior contínuo: desde a rampa, passando por platôs de grama, até chegar ao deck e uma escada em espiral, a casa é vivida também do lado de fora.


A materialidade reforça o conceito de permanência e conexão com o entorno: concreto aparente com veios verticais marcados por fôrmas de madeira, vigas perimetrais de compensado fenólico, marcenarias e outros detalhes em metal preto, e um volume de dormitórios revestido em madeira tingida, que se percebe como um vagão inserido no bosque. Todo o conjunto busca uma síntese entre robustez e contemplação, entre construído e paisagem.

























