Trazendo o feminismo interseccional para o debate da arquitetura e urbanismo

“Um dos primeiros resultados que encontrei quando estava pesquisando sobre arquitetura feminina no Google foi um arranha-céu na Austrália, cujos arquitetos disseram ter se inspirado nas curvas de Beyoncé quando o construíram”, narrou a arquiteta holandesa Afaina de Jong em sua última palestra do TEDxAmsterdamWomen em 2021. “É sério? O corpo dela? Beyoncé? Claro, ela é incrível, mas literalmente traduzir seu corpo em um prédio... Isso é arquitetura feminina?”, continuou ela, indignada.

Johanna Meyer-Grohbrügge e a espacialização do conteúdo

Do momento em que despretensiosamente começou os estudos de arquitetura, até se apaixonar pela complexidade do campo e pela multiplicidade de suas camadas, Johanna Meyer-Grohbrügge ficou impressionada com a natureza dual da arquitetura; seu aspecto intelectual e resultado físico. Fundadora da Meyer-Grohbrügge em Berlim, a arquiteta e seu estúdio buscam espacializar conteúdos, criar relacionamentos e encontrar soluções para a convivência.

ArchDaily e Sky-Frame lançam o documentário "Women in Architecture": assista aqui!

Temos o prazer de apresentar o documentário Women in Architecture, um projeto iniciado pela Sky-Frame e dirigido por Boris Noir.

Moldando a história: o impacto das arquitetas sul-asiáticas no período pós-colonial

Um conjunto de países do sul da Ásia experimentou em meados do século XX uma catarse coletiva do domínio colonizador. O período seguinte desencadeou em uma era de ideias e filosofias para um novo futuro. Durante este tempo, os arquitetos foram fundamentais na criação de estruturas modernistas que definiram as identidades pós-coloniais, pós-partição e pós-imperiais dos países. Arquitetos do sul da Ásia usaram o design como expressão de uma visão social de esperança. Mesmo com este sucesso na construção da nação, as mulheres arquitetas não são creditadas na formação da história do sul da Ásia.

Rozana Montiel recebe o Prêmio Internacional para Mulheres Arquitetas 2022

A arquiteta mexicana Rozana Montiel foi reconhecida com o Prêmio Internacional na décima edição do "Award for Women Architects" atribuído pela ARVHA (Associação de Pesquisa sobre Cidades e Habitação) com o apoio da Région Île-de-France, do Conselho Superior dos Colégios de Arquitetos da França (CNOA), o Pavillon de l'Arsenal e a Prefeitura de Paris.

Toshiko Mori e a curiosidade saudável na prática da arquitetura

Contexto, em arquitetura, é aquilo que diz respeito à existência humana num determinado lugar. Clima, cultura, geografia, preexistências, para nomear apenas alguns. Para Toshiko Mori, arquiteta japonesa radicada nos Estados Unidos, contexto é tudo aquilo que desperta a curiosidade em relação às pessoas para quem projetamos. Em quase quatro décadas à frente de seu escritório em Nova York, Mori tem tido a oportunidade de exercitar sua curiosidade na prática projetual e na academia, logrando construir seus edifícios em contextos tão diversos como China, Itália ou Senegal.

Como construir espaços públicos para meninas adolescentes

Meninas adolescentes não são crianças nem adultas, o que significa que elas têm necessidades e comportamentos específicos diferentes desses dois grupos. Infelizmente, como muitos grupos marginalizados, essas necessidades e comportamentos não são atendidos ou incentivados em nosso ambiente construído, como aconteceu com outros. Por exemplo, playgrounds são construídos para as crianças e quadras esportivas que estimulam a competição são direcionadas para homens e meninos adolescentes.

Mulheres na Arquitetura: Gabriela Carrillo

A arquiteta mexicana Gabriela Carrillo construiu uma carreira exemplar e apaixonada pela cidade, pelo território e pela diversidade. Suas obras amplamente premiadas, primeiro em parceria com Mauricio Rocha e agora dirigindo seu próprio escritório, tornaram-se a imagem de referência quando se trata de arquitetura contemporânea no México. Seus projetos traduzem as necessidades do mundo, desenvolvendo um trabalho constante para reconhecer os valores do território, a fim de proporcionar espaços que dignifiquem seus habitantes. Situada entre a práxis, a teoria e a pesquisa, seus interesses estão focados no cotidiano, desenvolvendo uma prática flexível e dinâmica que permite manter um equilíbrio entre o trabalho e a vida.

Tatiana Bilbao projeta instalação para a Comissão MECCA x NGV Women in Design 2022

A primeira Comissão MECCA x NGV Women in Design foi inaugurada em 6 de outubro de 2022, apresentando uma instalação em larga escala da arquiteta mexicana Tatiana Bilbao, que explora o conceito do vestuário como símbolo de proteção e as práticas associadas de trabalho doméstico, gênero e comunidade. A Comissão MECCA x NGV Women in Design é uma série anual que convida uma designer ou arquiteta internacional a criar um novo espaço significativo para a Coleção NGV. Como a primeira e única iniciativa deste tipo na Austrália, a Comissão criará uma plataforma para a apresentação de obras mundiais da atualidade que amplificam a contribuição das mulheres designers e arquitetas.

Pioneiras da crítica de arquitetura: 5 mulheres que estão transformando o ambiente construído através de palavras

Espera-se que a crítica de arquitetura e o jornalismo anunciem “o bom, o ruim e o feio” na arquitetura e no ambiente construído. Seus propósitos, porém, vão além disso. Como disse Michael Sorkin, “vendo além da novidade brilhante da forma, é papel da crítica avaliar e promover os efeitos positivos que a arquitetura pode trazer à sociedade e ao mundo em geral”. Em outras palavras, ao nos dizer o que estão vendo, os críticos também estão nos mostrando onde olhar para identificar e abordar os problemas que assolam nosso ambiente construído.

Urbanismo sob perspectiva de gênero: Eva Kail e o concurso de projetos para Viena

Oito equipes lideradas exclusivamente por mulheres foram convocadas para participar de um concurso de projetos urbanos que remodelaria a capital austríaca em 1993. Organizado pela urbanista e engenheira de formação Eva Kail, o edital restringia a participação dos homens na competição, um posicionamento justificado com base em dados que indicavam que nos últimos anos todos os projetos urbanos, seja por meio de competições ou não, haviam sido liderados por pessoas do sexo masculino.

Para além da tripla jornada: o que é esperado das mulheres na arquitetura?

As Grandes Guerras do início do século XX trouxeram uma parcela de transformações sociais, dentre elas a introdução das mulheres no mercado de trabalho. Décadas mais tarde, as dinâmicas de trabalho são outras, mas o mercado continua reforçando a divisão de trabalho por gênero e explorando a tripla jornada. Há, no entanto, brechas para possíveis transformações.

Brutalismo urbano: o trabalho pioneiro de Renée Gailhoustet em Ivry-sur-Seine

Há alguns meses, a arquiteta francesa Renée Gailhoustet ganhou o Prêmio de Arquitetura da Royal Academy 2022. Como Paris e outras cidades francesas continuam enfrentando desafios habitacionais até hoje, Gailhoustet foi uma escolha oportuna. Seu trabalho nos subúrbios de Paris na década de 1960 continua sendo um exemplo convincente de uma abordagem de habitação social que, ao mesmo tempo, abraça a comunidade e tem uma forma única.

Pioneiras da arquitetura: o legado de Natalie De Blois

Em 21 de janeiro de 1958, três mulheres participaram como competidoras em um episódio do popular programa de televisão “To Tell the Truth”, um jogo de perguntas em que se tentava adivinhar quem era cada um dos competidores. O apresentador revela que se trata de uma arquiteta, que ela já projetou um hotel Hilton, é casada e mãe de quatro filhos. Cada uma das mulheres, vestida formalmente com saias lápis e blusas, se apresenta como Natalie De Blois. Enquanto os palestrantes revelam sua falta de conhecimento sobre arquitetura, apenas disparando perguntas sobre Frank Lloyd Wright, pergunta-se “Qual é o nome do prédio que foi demolido para construir a Union Carbide?” A verdadeira Natalie De Blois, na época arquiteta sênior da SOM, responde com firmeza: “Hotel Margery”.

Gênero e sexualidade na configuração do lar

A arquitetura e os espaços que nos permeiam, assim como a arte, a moda, a alimentação, e tantos outros aspectos que amparam a construção física e social de uma sociedade, desempenham um papel essencial na manutenção dos valores morais e culturais ali estabelecidos. Dentre os espaços construídos, talvez tenha sido a moradia quem exerceu o principal papel na produção e reprodução de relações de poder dentro e fora do âmbito privado.

Mulheres arquitetas e suas estratégias materiais: Bo Bardi, Merrick & Hadid

Embora exista mais equilíbrio entre o número de mulheres e homens na arquitetura atualmente, a paisagem era bem diferente há algumas décadas. As mulheres pioneiras arquitetas tiveram que resistir em uma profissão dominada por homens e enfrentaram ceticismo em contextos desafiadores, como os próprios canteiros de obra. Zaha Hadid comentou sobre a dificuldade de inclusão no que chamou de "Boys Club", listando as dificuldades em chegar a acordos ou criar parcerias. Lina Bo Bardi, por sua vez, usou sua forte personalidade para superar o machismo de seu tempo. Embora com essas dificuldades, algumas mulheres sempre encontraram uma maneira de se destacar e trazer contribuições inestimáveis à profissão.

Mulheres arquitetas pioneiras da América Latina

Quais são as histórias das primeiras arquitetas ibero-americanas? É a principal pergunta que buscamos responder para celebrar o tema do ArchDaily deste mês: Mulheres na arquitetura.