Estudante brasileiro ganha concurso internacional propondo uma biblioteca sem acervo

O objetivo da competição foi criar uma "biblioteca pública" icônica do século 21 na cidade de Tóquio, no Japão e debater seu papel em uma "era digital". A proposta deveria visar tornar-se uma solução para a vitalidade frequentemente questionada da biblioteca, melhorando e transformando suas capacidades como um "protótipo de compartilhamento de conhecimento que vai se tornar um modelo para as futuras bibliotecas do mundo. O estudante brasileiro Alexandre R. Biselli recebeu o primeiro lugar com a proposta Ever-fleeting Library.

A ideia da biblioteca tradicional - um lugar onde conhecimento humano acumulado ao longo dos séculos fica disponível para a comunidade - está morta. Acessibilidade de conteúdo por meio de qualquer dispositivo com conexão à internet é algo que a biblioteca tradicional não pode superar. Por este motivo, locais de estudo - tradicionalmente uma função da biblioteca pública - são cada vez mais descentralizados, por exemplo, com franquias de café ao redor do mundo fornecendo mesas de trabalho/estudo e wi-fi para os consumidores. Portanto, a biblioteca do século 21 não pode se limitar a fornecer espaço e conhecimento pois isso se tornou comum. Além disso, o processo curatorial, que determina se algo é digno de estar em uma biblioteca pública ou não, não consegue acompanhar a produção constante de conteúdo dos dias atuais.

Cortesia de Alexandre R. Biselli

Com a combinação de uma nova tecnologia em desenvolvimento – realidade virtual - e uma mais antiga - máquinas de livro all-in-one - a Ever-Fleeting Library é criada. Usando óculos de realidade virtual, uma biblioteca 3D fica disponível no andar mais baixo. Cada usuário, com algumas pesquisas correlacionadas online, pode ter sua biblioteca pessoal de acordo com seus próprios interesses. Cada nova pesquisa correlacionada transforma sua biblioteca inteira. Lá, o usuário pode visualizar livros virtuais 3D. Ao desejar um livro físico, o usuário pode comandar o servidor para imprimi-lo em uma das máquinas de livro, então simplesmente esperar que este deslize para baixo.

Cortesia de Alexandre R. Biselli

O restante do edifício compreende generosos espaços de leitura/trabalho, bancas de café e banheiros. Pessoas podem trazer seus dispositivos, trazer seus livros ou imprimi-los no local. Em outras palavras, a Ever-Fleeting-Library não tem acervo. Está em constante fluxo de pessoas e conhecimento.

Em seu tamanho frugal e aparência de brinquedo, o edifício é um ícone da engenhosidade do Japão. Seu funcionamento representa a disposição da cultura japonesa em aceitar e abraçar o novo.

Cortesia de Alexandre R. Biselli

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Sobre este autor
Cita: Eduardo Souza. "Estudante brasileiro ganha concurso internacional propondo uma biblioteca sem acervo" 08 Out 2018. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/903468/estudante-brasileiro-ganha-concurso-internacional-propondo-uma-biblioteca-sem-acervo> ISSN 0719-8906

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