Arquitetura hackeada? Fachada responde a estímulos e poluição do ar

São Paulo, assim como tantas cidades brasileiras, possui uma arquitetura estandardizada, monótona, cinza, com sua estética definida por incorporadoras e construtoras, com baixíssimo valor arquitetônico.

É claro que temos edifícios de grande relevância -entre eles, os clássicos do centro histórico, como o edifício Martinelli, os exemplares modernos de Rino Levi e Artacho Jurado, em Higienópolis, e os experimentos contemporâneos na Vila Madalena, assinados por Isay Weinfeld e a Triptyque. Infelizmente são poucos exemplos, que se reduzem a quase zero quando avançamos para a periferia.

Estou obcecado com a ideia de que podemos mudar essa realidade, hackeando edifícios existentes, estimulando uma nova identidade urbana, elevando a autoestima, melhorando a qualidade de vida e promovendo inovação e sustentabilidade a custos viáveis.

Cortesia de Estudio Guto Requena

São Paulo pode ser exemplo internacional do que chamo de Arquitetura Hackeada, feita de modo simples, com a participação coletiva e com mudanças em tempo real. Como? Com estímulos fiscais para adicionar arte nas fachadas, como grafites e jardins verticais, e plugando varandas e estruturas coletoras de água da chuva e de energia solar.

Conectando, por exemplo, sistemas de iluminação de baixo gasto energético (com a tecnologia LED), e o que mais me fascina: fachadas interativas que respondem à estímulos, através do uso de sensores, como barulho, qualidade do ar e temperatura, ou visualizando dados de consumo energético, ou ainda refletindo humor com informações de comportamentos coletadas na internet e em redes sociais.

© Ayla Hibri

Essa nova arquitetura híbrida e interativa adiciona camadas poéticas ao nosso cotidiano urbano.

Hacker é um termo utilizado na informática e define uma pessoa que é capaz de subverter, manipular ou modificar utilizando sua criatividade e "expertise" para burlar um sistema computacional.

© André Klotz

Na Cultura Hacker é comum o trabalho compartilhado, improvisado e colaborativo. Muitas vezes, hackers são ativistas, com fortes ideologias e motivações a favor da internet livre e da privacidade. Hackers são, acima de tudo, grandes inovadores.

Veja o vídeo abaixo para entender como a fachada responde aos diversos estímulos, projeto do Estúdio Guto Requena:

Galeria de Imagens

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Sobre este autor
Cita: Guto Requena. "Arquitetura hackeada? Fachada responde a estímulos e poluição do ar" 17 Mai 2018. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/894676/arquitetura-hackeada-fachada-responde-a-estimulos-e-poluicao-do-ar> ISSN 0719-8906

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