Por dentro do "Pavilhão Báltico" na Bienal de Veneza 2016

Como parte da cobertura do ArchDaily Brasil na Bienal de Veneza 2016, apresentamos uma série de artigos escritos pelos curadores das exposições e instalações à mostra no evento.

A arquitetura lida não só com a forma. Trabalha com dados e fluxos de materiais, organização de recursos, mobilização de capacidades; e organiza não só coisas estáticas, mas também é um projeto de processos. Seria ótimo entender a arquitetura como um agente com o qual comunicar processos de espaços materiais ao público de forma coerente. A arquitetura tem excelentes ferramentas para apresentar e explicar construções em cortes e plantas, mapas e os arquitetos são capazes de processar fluxos bastante complexos de informação.

Por dentro do Pavilhão Báltico na Bienal de Veneza 2016  - Mais Imagens+ 8

© Laurian Ghinitoiu

O projeto do Pavilhão Báltico não é apenas uma tentativa de estar por dentro de uma definição do que infraestrutura é, mas estar por dentro de muitas definições, rastreando como diferentes tipos de infraestruturas relacionam-se aos recursos. Há muitos modos de evidenciar essas relações na exposição do Pavilhão.

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Com o Pavilhão Báltico, não estamos apenas comemorando este belo fato de nossa unidade, mas também destacando que estamos vivendo em um momento de fragmentação do "projeto europeu", e devemos tornar as pessoas conscientes destes problemas. A União Europeia pode ser como a nossa; seu conceito pode ser vivido e conscientemente utilizado. Ela tem um princípio surpreendente, que consiste em conectar todos com infraestrutura e a circulação de recursos, de tal maneira que os conflitos são impossíveis. Estamos nisso juntos, e devemos reforçar as nossas relações com a organização espacial.

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Descobrimos que as idéias, ou o espaço da mente, tem projeções diretas no espaço material. Nos países bálticos, todos nós temos essa ideia popular e bastante abstrata de unidade. Mas se olharmos agora, muito tempo depois de o Jeito Báltico (a manifestação pacífica de unidade em 1989), podemos ver que o idealismo a partir desse momento se materializou.

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O Pavilhão Báltico é, portanto, uma exposição em que tentou-se trazer todas as nossas preocupações e ideias em conjunto. Realmente, sem tentar estabelecer um texto acabado, apenas mostrar as relações entre ideias e coisas; ter objetos-artefatos-reunidos em um só lugar e vistos como presenças materiais. Ao mesmo tempo, todos nós temos uma ideia, um objetivo: para destilar que tipo de prática espacial seria apropriada aos países bálticos.

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O Palasport, a localização do Pavilhão Báltico, é um puro exemplo da arquitetura brutalista. O edifício é nomeado como Giobatta Gianquinto, um veneziano membro do Partido Comunista Italiano e prefeito de Veneza entre 1946 e 1951. Sua forma brutalista em concreto aparente realizado o programa de ética no momento em que foi construído em 1977. Arquitetura no momento, estava preocupada com a comunicação do desenvolvimento da tecnologia de construção com fins sociais. Palasport exemplifica o tipo de afirmações ou ideias surgidas na época: formular e proporcionar espaços para a sociedade que antes não eram disponíveis. No contexto da cidade histórica, o "Palácio dos Esportes" tinha um propósito que ainda carrega. É usado intensivamente para atividades esportivas e eventos comunitários. O processo de uso do espaço é complexo e entrelaçado, não só pelo seu calendário, mas também com a sua função geral para a celebração de atividades por grupos de pessoas. Talvez não seja por acaso que o significado ético de sua forma arquitetônica engrandeça a instalação Pavilhão Báltico permitindo-lhe continuar a adaptar-se e mudar de forma ao longo do tempo.

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O Pavilhão Báltico tem curadoria de Kārlis Berziņš, Jurga Daubaraitė, Petras Išora, Ona Lozuraitytė, Niklāvs Paegle, Dagnija Smilga, Johan Tali, Laila Zariņa e Jonas Žukauskas.

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Sobre este autor
Cita: Žukauskas, Jonas. "Por dentro do "Pavilhão Báltico" na Bienal de Veneza 2016 " [Inside "The Baltic Pavilion" at the 2016 Venice Biennale] 22 Jun 2016. ArchDaily Brasil. (Trad. Souza, Eduardo) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/789886/por-dentro-do-pavilhao-baltico-na-bienal-de-veneza-2016> ISSN 0719-8906

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