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Julia Morgan: O mais recente de arquitetura e notícia

Edifícios sem nome são os que mais nos afetam

A arquitetura é humana. Então, quando entrei na Faculdade de Arquitetura, Arte e Planejamento de Cornell em 1973 e todo o corpo docente feito de homens brancos como eu, não fazia sentido para mim, mas era um reflexo do fim do domínio masculino na minha profissão que escolhi. Naquele mundo, alguns professores costumavam comentar sobre como as alunas os olhavam. Alguns vitimavam sexualmente as alunas.

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Julia Morgan: a fascinante história de pioneirismo de uma arquiteta muito à frente de seu tempo

Desde que foi fundado em 1851, o The New York Times tem por costume publicar obituários de pessoas famosas. Em sua quilométrica lista de pessoas influentes que já se foram desta para uma melhor, estão algumas das personalidades mais influentes do mundo. Entretanto, assim como o proprio NYT já admitiu, esta lista esteve históricamente dominada pela presença majoritária de apenas uma parcela destas pessoas famosas e influentes, escolhidas por gênero e raça, ou seja, homens ricos e brancos. Em busca de preencher esta lacuna, o The New York Times lançou no ano passado uma série chamada de “Overlooked”, contando a história de importantes mulheres que foram ignoradas desta seleta lista mortuária, entre elas estão Sylvia Plath e Emma Gatewood por exemplo.

Na ocasião da comemoração do dia Internacional da Mulher, o The Times publicou um obituário assinado por Alexandra Lange sobre a vida e legado de Julia Morgan, a primeira mulher a receber a licença de arquiteta no Estado da Califórnia, e “uma das mais prolíficas projetistas da história dos Estados Unidos".

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Arquitetas Invisíveis apresentam 48 mulheres na arquitetura: As Pioneiras

O dia internacional das mulheres é celebrado no dia 8 de março em homenagem às 130 mulheres que foram queimadas vivas em uma fábrica em Nova Iorque em 1857. A violência foi uma resposta às reinvindicações por melhores condições de trabalho exigidas pelas tecelãs.

O que começou com pequenos protestos, acabou tomando proporções mundiais e desencadeou, ao longo dos tempo, em uma séria de conquistas políticas, econômicas, trabalhistas e sociais para as mulheres. Infelizmente, essas conquistas ainda não garantem igualdade de gênero na prática (e em alguns países ainda há leis que favorecem os homens). Constatamos isso diante da violência física e psicológica sofrida pelas mulheres, da falta de reconhecimento, das imposições ocupacionais, diferenças salariais, além de tantas outras. Esse panorama diz respeito às mulheres de todo o mundo, mas também dentro da arquitetura há estatísticas que comprovam como as mulheres ainda não são valorizadas social e profissionalmente. São poucas as mulheres que conseguem reconhecimento internacional, o que as torna desconhecidas para profissionais e estudantes de arquitetura, desencadeando a sensação de que elas não existem.

Para celebrar o Dia das Mulheres, pedimos ao coletivo brasileiro Arquitetas Invisíveis, com sede em Brasília, que compartilhassem conosco parte de sua pesquisa que identifica e enaltece o trabalho das mulheres na Arquitetura e Urbanismo, elas gentilmente nos cederam este material - que apresenta 48 mulheres divididas em sete categorias: pioneiras, "nas sombras", arquitetura, paisagismo, arquitetura social, urbanismo e arquitetura sustentável – que será publicado separadamente durante esta semana.

The Indicator: O que a AIA Gold Medal de Julia Morgan significa para a igualdade na arquitetura

"O edifício está realmente a cargo de uma mulher arquiteta?" Perguntei ao encarregado... O homem proferiu um poderoso sermão de apenas três frases curtas, pontuado pela seriedade de um orador. "Um arquiteto(a) é um(a) arquiteto(a)", disse ele "e você pode contá-los nos dedos de uma mão. Agora, este edifício está a cargo de uma arquiteta de verdade e acontece que seu nome é Julia Morgan, mas poderia ser também John Morgan." Jornalista em 1906 ao saber que Julia Morgan ganhara uma nova comissão. (Cortesia de Cal Poly San Luis Obispo, Biblioteca Robert E. Kennedy)

A recente notícia de que Jula Morgan recebeu postumamente a 2014 AIA Gold Medal, maior honraria do AIA, apesar de ser algo positivo e inspirador, levanta algumas importantes questões sobre o reconhecimento das mulheres na profissão. Ela é a primeira mulher, viva ou falecida, a receber a honra nos 106 anos de história do prêmio. De 1907 a 2012, todos os laureados foram homens.

Julia Morgan é premiada com a 2014 AIA Gold Medal

O Instituto Americano de Arquitetos (AIA) anunciou recentemente sua decisão de premiar postumamente Julia Morgan, FAIA (1872-1957) com a 2014 AIA Gold Medal. Uma mulher "cujo extenso volume de obra serviu como uma inspiração para uma geração de arquitetas."

“Julia Morgan está indiscutivelmente entre os (as) maiores arquitetos e arquitetas americano(a)s de todos os tempos e é uma verdadeira joia da Califórnia", disse a Senadora Dianne Feinstein (D-CA) em sua carta de recomendação. "O legado de Morgan apenas cresceu com o passar dos anos. Ela foi uma arquiteta de alcance, profundidade e consistência impressionante, e é amplamente conhecida pela qualidade de sua obra por aqueles que praticam, lecionam e apreciam a arquitetura.