Kashef Chowdhury / Contribuição de URBANA para a Bienal de Veneza 2016

Kashef Chowdhury / Contribuição de URBANA para a Bienal de Veneza 2016

Como parte da cobertura do ArchDaily sobre a Bienal de Veneza 2016, apresentamos uma série de artigos escritos pelos curadores das exposições e instalações à mostra no evento.

O título "To Live Is To Be Slowly Born: Kashef Chowdhury" se relaciona com o processo da arquitetura, que pode se materializar lentamente e por isso também se refere à arquitetura, à paciência e à significativa existência dos edifícios em seus ambientes fragilizados.

A instalação é um labirinto de vidro que o visitante cruza para chegar a um ambiente interno. O vidro é transparente –portanto, uma abordagem alternativa à manifestação arquitetônica do "labirinto": espaço antigo de trama e descobrimento. Refere-se à ideia de que embora uma pessoa tenha uma visão clara de suas intenções, o caminho para se chegar  a isto talvez não seja direto, mas um tanto quanto "labiríntico", nas zonas econômicas e climáticas em que o arquiteto opera. Isto é, pode-se ver claramente, mas não progredir não é fácil. 

Kashef Chowdhury / Contribuição de URBANA para a Bienal de Veneza 2016 - Mais Imagens+ 9

© Laurian Ghinitoiu

Ao passar pelo labirinto, o visitante encontra blocos de terracota com gravuras de locais e edifícios históricos – um chamado a profundos processos de memória.

© Laurian Ghinitoiu

No espaço interno há quatro grupos de "plantas" – referentes mais uma vez à paciência e perseverança que são necessárias ao arquiteto e ao lento crescimento dos edifícios, similar ao crescimento das plantas a partir da semente. Três dos quatro projetos expostos são diretamente relacionados a desastres naturais e mudanças climáticas.

© Laurian Ghinitoiu

1. Raised Settlements - proteger um assentamento inteiro, em vez de casas individuais, de enchentes no remoto norte de Bangladesh.

2. Cyclone Shelter - ao sul, perto do Bay of Bengal. Para providenciar abrigo e proteção para as pessoas em áreas propensas a ciclones, onde, durante as tempestades, surgem ondas que podem atingir até 6 metros de altura ou mais e ventos de 230 km/h.

3. Friendship Centre - um centro de encontro e treinamento construído numa área alagável com uma solução econômica, porém falha, de proteção contra os alagamentos: um pequeno aterro em volta do projeto construído numa planície. Este equipamento é usado para saúde, educação, justiça social e outros programas para algumas das pessoas mais pobres morando em áreas remotas inacessíveis na rede do rio Jamuna-Brahmaputra.

4. Satkhira Hospital - hospital de baixo custo com 80 leitos no extremo sul do país, maximizando ventilação natural e a irrigação com água da chuva.

© Laurian Ghinitoiu

Todos estes projetos estão com um cliente: a organização não-governamental Friendship. Os projetos se estendem por mais de 10 anos, dois deles sem custos, todos com orçamentos apertados, utilizando materiais e mão-de-obra locais. Sem inovar (Raised Settlements), reconfigurar (Friendship Centre, Hospital) e remodelar (Cyclone Shelter) através de soluções arquitetônicas, estes edifícios e projetos não serviriam à sua função e possivelmente nem  chegariam a existir, considerando todas as dificuldades.

© Laurian Ghinitoiu

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Sobre este autor
Cita: Chowdhury, Kashef . "Kashef Chowdhury / Contribuição de URBANA para a Bienal de Veneza 2016" [To Live Is To Be Slowly Born: Kashef Chowdhury/URBANA's Contribution to the 2016 Venice Biennale] 23 Jul 2016. ArchDaily Brasil. (Trad. Ferber, Amanda) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/791840/kashef-chowdhury-contribuicao-de-urbana-para-a-bienal-de-veneza-2016> ISSN 0719-8906

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