Sob o Magma

Em parceria com o Centro pesquisas urbanas responsável pela Revista Centro, editada por Gabriel Kogan (arquiteto e jornalista), Guilherme Giufrida (antropólogo) e Rodrigo Villela (editor), semanalmente publicaremos fragmentos da publicação online gratuita que propõe uma intersecção de áreas do conhecimento como arquitetura, arte, literatura e ciências sociais.

O projeto do OTO Arquitectos destruído pelo vulcão na Ilha do Fogo, Cabo Verde; uma parábola da transitoriedade da arquitetura

Cabo Verde, arquipélago composto por dez ilhas na costa africana; país independente desde a década de 70, ex-colônia portuguesa, antigo entreposto do tráfico de escravos, território quase esquecido do mundo, dez pequenos pontos escondidos no mapa-múndi, ilhas sobrevoadas na metade do trajeto aéreo das rotas internacionais entre Brasil e Europa , umbigo musical que gerou a grandiosa Cesária Évora. Um dos lugares mais interessantes do planeta. Ainda bem que poucos sabem disso. Ainda bem que continua complicado chegar lá.Existem quatro pequeníssimos aeroportos internacionais para receber os visitantes: Ilha do Sal e Santiago – onde fica Praia, a capital cabo-verdiana –, além de Boa Vista e São Vicente (inaugurados mais recentemente, em 2007 e 2009). Internamente, as ilhas são interligadas por linhas marítimas e aéreas. Mas ninguém pense que isto significa facilidade. Ou se enfrenta ondas e mar agitado, em barcos e ferries, que, digamos assim, provocam tremores e temores; ou se enfrenta ventos e turbulências em pequenos aviões das rotas internas. Dá medo? Sim. Mas viajar não seria também se aventurar? Ora, pois.Cada ilha de Cabo Verde parece ter personalidade e atrações diferentes. Se for o caso de escolher umas quatro ou cinco para visitar, a indicação seria conhecer Santiago, Brava, Sal e Fogo. Se tiver que escolher apenas duas, Santiago e Fogo. Estive em cinco ilhas por duas semanas, alguns anos atrás. Lembranças que jamais saíram da memória: ritmos, pessoas, sotaques, idioma crioulo, português quase incompreensível, quadris sempre em movimento, mares, areias, ventos, água límpidas, sorrisos, calores, humores, frutas. Ouvir uma “morna” – termo local para as canções regionais de compassos mais lentos e letras românticas – é ser envolvido pelo halo de encanto de Cabo Verde. Meio inexplicável. Melhor assim. Siga lendo aqui.

Sobre este autor
Cita: Eduardo Logullo. "Sob o Magma" 03 Fev 2016. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/780713/sob-o-magma> ISSN 0719-8906

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