Compreender as práticas ampliadas da reorganização das cidades é primordial não apenas para planejar políticas culturais adequadas e se compreender o consumo cultural na sociedade contemporânea, mas também para se reconhecer os direitos culturais dos diversos públicos. Com o objetivo de promover uma reflexão e debate sobre as relações entre espaço e cultura nas cidades e apontar possíveis caminhos e possibilidades da gestão cultural face às novas referências do tecido urbano, o Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo realiza o Encontro Internacional Espaços Culturais Urbanos, cujas inscrições abrem a partir do dia 25 de agosto.
O evento reúne pesquisadores e professores universitários, representantes de instituições culturais e gestores da cultura do Brasil e do exterior. O antropólogo espanhol Manuel Delgado abre a conferência no dia 22 de setembro com uma abordagem sobre o planejamento cultural das cidades; no mesmo dia, a antropóloga carioca Julia O’Donnell evidencia a complexidade dos processos de transformação social a partir das alterações na paisagem urbana do Rio de Janeiro com a proximidade dos Jogos Olímpicos de 2016; já a arquiteta espanhola radicada na Colômbia Ana López Ortego fala sobre a Arquitetura Expandida e as táticas e estratégias de intervenção coletiva na cidade; a também arquiteta brasileira Lúcia Leitão discorre sobre o papel do conflito na produção e na apropriação cotidiana da cidade; presidente do Instituto Choque Cultural, o brasileiro Baixo Ribeiro, fala sobre o novo ativismo urbano e as perspectivas de desenvolvimento deste movimento; encerrando o primeiro dia do encontro, o fundador do coletivo de arte equatoriano Tranvía Cero, Pablo Xavier Almeida Egas, finaliza as discussões com uma indagação: existe o contrapoder na arte?.
O sociólogo britânico Steven Miles, que abre os trabalhos do dia 23, examina a validade dos processos de regeneração urbana movida pela cultura; já o antropólogo brasileiro Heitor Frúgoli Jr. apresenta pesquisa desenvolvida pelo Grupo de Estudos de Antropologia da Cidade (USP) na região da Luz, em São Paulo, que teve como um dos enfoques a frequência a instituições culturais pelo público; a arquiteta brasileira Lilian Fessler Vazaborda a presença de coletivos culturais nas favelas e nos bairros da periferia, discutindo os espaços culturais das zonas opacas por meio de exemplos que abrigam diferentes práticas; arquiteta e urbanista Erminia Maricato enfoca a disputa pela captação e valorização imobiliária que transformam a cidade em uma arena de lutas sociais e os limites estreitos do planejamento para reverter essa tendência de mercado; o grafiteiro Wellington Neri fala sobre o projeto Imargem, idealizado por ele, que reúne arte, meio ambiente e convivência às margens da Represa Billings; o economista Leandro Valiati aborda os impactos econômicos da produção de bens culturais no contexto urbano; por fim, o gestor cultural espanhol Rubén Caravaca, pergunta “É possível uma cultura não baseada no consumo, no mercantilismo e na privatização? Sustentável? Uma gestão cultural sem gestores?”; Rosana Cunha, gerente de Ação Cultural do Sesc São Paulo, encerra o encontro apresentando algumas iniciativas da entidade no desenvolvimento de projetos itinerantes, com destaque em espaços públicos.
Título
Encontro Internacional Espaços Culturais UrbanosOrganizadores
Centro de Pesquisa e Formação SescDe
22 de Setembro de 2015 09:00 AMAté
23 de Setembro de 2015 04:30 PMOnde
Sesc Bom RetiroEndereço
Alameda Nothmann, 185