Projeto de reabilitação do edifício Cinema Olympia (conhecido, desde a década de 90, por Bingo Olympia) em restaurante e discoteca de luxo. Desenhar uma discoteca assusta, pode ser perverso. As exigências do público e o objectivo do cliente é inverso a muito daquilo em que acredito na arquitetura. As keywords são: diversão, vaidade, excesso, fantasia e representação à procura de legitimidade. Talvez como defendia A. Loos, austeridade e delito possam coexistir, dependendo do estado crítico da consciência sobre os factos e a sua adequada resolução. Fui ler. O Cinema Olympia foi inaugurado em 1912, as notícias anunciavam “instalações modelares, elegantes e luxuosíssimas”. Ao longo dos seus 100 anos de existência foi alvo de diversas utilizações e alterações aos seus interiores, restando apenas a fachada original. Nos anos 80 deixou de ser cinema e transformou‐se em espaço de jogo. Nessa altura sofreu uma profunda intervenção, perdendo definitivamente as qualidades da ampla sala e a riqueza ornamental descrita nos documentos históricos. Quando iniciamos o projeto, confrontamo‐nos com um interior anônimo e sem valor patrimonial.
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