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Arquitetos: VUILD
- Área: 52 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Takumi Ota, Hayato Kurobe, Aya Ikeda
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Fabricantes: Hiramiya, Kawabe Metal Plate Kougyou, Nagata Corporation
Descrição enviada pela equipe de projeto. VUILD concluiu uma casa fabricada digitalmente, a primeira tentativa que, no futuro, permitirá a qualquer pessoa construí-la em qualquer lugar.
A startup de arquitetura VUILD, Inc. liderada por Koki Akiyoshi concluiu "House for Marebito" na cidade de Nanto, Prefeitura de Toyama em outubro de 2019. Este projeto desafia as questões locais de silvicultura e assentamento suburbano usando apenas madeira local e corte à laser (CNC ) em uma máquina chamada “ShopBot”. A utilização da ShopBot permite que a comunidade local produza e fabrique a estrutura por conta própria.
A vila de Toga na cidade de Nanto, Prefeitura de Toyama, onde a casa está localizada, possui vastos recursos de madeira, com montanhas e florestas cobrindo 97% do terreno sendo que a elevação da pousada é de mais de 1.000 metros. Por outro lado, a população é de apenas 600 pessoas, com mais de metade dos residentes de idade acima de 65 anos, o que faz com que o povoado corra o risco de desaparecer. Ao construir uma pousada neste local, este projeto propõe um novo conceito de segunda casa “mais que turismo, mas não migração”, de que as pessoas vão e voltam para visitar seus familiares.
Para a construção, a VUILD propôs um novo sistema de rede local que completa todo o processo de construção, desde a aquisição de materiais até a instalação, em um raio de 10 quilômetros, a fim de aproveitar os recursos florestais locais e abordar o declínio da silvicultura. A primeira etapa foi introduzir uma máquina de fabricação digital de baixo custo, mas de alto desempenho, a "ShopBot", na madeireira local chamada Nagata Corporation, e a segunda foi fatiar as toras e transformá-las em placas de madeira, que é um padrão que pode ser processado com a ShopBot. Assim, eles conseguiram criar uma arquitetura usando madeira local que normalmente não pode atender ao padrão de distribuição.
Para o projeto, a VUILD propôs um método de construção usando fabricação digital que duplica os métodos arquitetônicos tradicionais locais chamados “Gassho Zukuri” e “Wakunouchi” desenvolvidos para resistir a fortes nevascas. Esses métodos tradicionais estão em declínio devido ao êxodo da população para as áreas urbanas e ao declínio da economia local, e o desafio da VUILD era realizar as técnicas tradicionais com a ShopBot. Além disso, as superfícies das empenas foram posicionadas ao norte e ao sul para imitar Gassho Zukuri, fazendo com que as montanhas corram paralelamente à pousada como uma calha em forma de "U", como um "coletor de vento" no lado leste que protege da luz do dia e traz ventilação ao mesmo tempo.
No processo de decisão do método, o conceito de “uma arquitetura que é extensão do mobiliário que pode ser feita por um amador” também foi muito importante. Ao processar todas as peças pequenas, eles conseguiram envolver residentes que nunca haviam participado da construção, como crianças, mulheres e idosos. Além disso, peças pequenas são excelentes no transporte e podem ser construídas sem andaimes em terrenos inclinados e espaços estreitos. Embora mais de 1.000 peças e 1.000 juntas tenham sido necessárias no final do dia, como todas as peças foram processadas pela máquina de fabricação digital, não houve desalinhamentos. A VUILD conseguiu desafiar as questões sociais do declínio da silvicultura e assentamentos marginais usando a ShopBot.