A divulgação dos primeiros dados do Censo 2022 pegou muita gente de surpresa. Segundo o IBGE, o Brasil tem hoje cerca de 203 milhões de habitantes, número abaixo da expectativa do Instituto, que era de 215 milhões. Outro dado que chamou atenção foi o crescimento das cidades médias (100 mil a 499 mil habitantes), que ganharam 8,3 milhões de habitantes. Considerando que a população do país cresceu 12 milhões desde o Censo 2010, essas cidades respondem por mais de dois terços do aumento.
As cidades médias que assustam as capitais
Casa de Blocos de Resíduos / CollectiveProject
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Arquitetos: CollectiveProject
- Ano: 2021
Complexo de Piscinas Češča Vas / ENOTA
Casa de Barcos 01 / Michael Cooper Architects
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Arquitetos: Michael Cooper Architects
- Ano: 2021
Igreja Köln-Weidenpesch / harris + kurrle architekten bda
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Arquitetos: harris + kurrle architekten bda
- Área: 1735 m²
- Ano: 2022
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Fabricantes: FSB Franz Schneider Brakel, Feldhaus Klinker, Schüco
Edifício Residencial wij_land / Space&Matter
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Arquitetos: Space&Matter
- Ano: 2023
Do lixo ao luxo: arquitetos e designers dão nova vida a objetos descartados
Um aspecto fundamental em uma economia circular é a transformação de nossa maneira de enxergar o lixo. Rotular um objeto como "resíduo" implica desvalorizá-lo e encerrar seu papel em uma economia linear tradicional. Mesmo que o objeto esteja fora de vista, sua vida continua no aterro sanitário. Essa mudança de perspectiva em relação ao lixo implica em abrir nossas mentes para as oportunidades que a abundância de resíduos apresenta. Os designers e arquitetos reunidos a seguir não apenas conseguiram eficientemente resgatar objetos descartados como também aumentaram seu valor agregado, atribuindo-lhes novo significado por meio de sua cuidadosa curadoria.
Casa Rampa / Coelho Neto Arquitetura
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Arquitetos: Coelho Neto Arquitetura
- Área: 603 m²
- Ano: 2022
O verde insustentável do subúrbio americano
Em uma viagem recente aos Estados Unidos, olhei a vista da janela do avião ao decolar de Tampa, na Flórida, e chamou atenção a perfeita paisagem verde do subúrbio americano. Sequências organizadas de árvores que pareciam iguais, cobrindo o território plano como um tapete verde. Para alguns, o verde pode parecer um sonho de sustentabilidade integrada ao meio ambiente.
Nada poderia ser mais distante da verdade. O subúrbio americano, baseado no conceito ultrapassado da “cidade jardim”, foi projetado para incentivar o automóvel, a moradia unifamiliar residencial de baixa densidade e o zoneamento de atividades. Tal modelo inviabiliza transporte ativo (a pé ou de bicicleta) e torna o transporte de massa, que exige densidade e caminhabilidade, inviável.
Casa La Noria II / Garza Camisay arquitectos
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Arquitetos: Garza Camisay Arquitectos
- Área: 498 m²
- Ano: 2021
Jinghope · Vida Estética Comunidade / Various Associates
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Arquitetos: Various Associates
- Área: 3000 m²
- Ano: 2022
Edifício Apollolaan 171 / OMA
Para além do palco: impactos urbanos dos megashows
Quando astros musicais mundialmente famosos como Beyoncé, Taylor Swift e Paul McCartney anunciam suas turnês globais, após o frisson provocado pela divulgação dos países e das respectivas cidades-sede, esses locais se preparam para comportar a série de mudanças que serão desencadeadas por esses eventos em seus espaços urbanos. Esses megashows não se restringem ao âmbito musical, eles transcendem o palco para mobilizar cifras significativas e implicar em diversas transformações no cotidiano urbano dessas cidades. Mesmo que durante um curto período de tempo, esses eventos provocam alterações em variadas esferas e setores urbanos, como o turístico, o hoteleiro, o alimentício e o de transporte.
Casa MP / Rocco Arquitetos
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Arquitetos: Rocco Arquitetos
- Área: 389 m²
- Ano: 2022
Casa de Acolhimento e Refeitório Comunitário / Side FX Arquitectura
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Arquitetos: Side FX Arquitectura
- Área: 740 m²
- Ano: 2023
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Fabricantes: NOVACERO, Novopan
Comunidades, meio ambiente e novas narrativas: as melhores entrevistas de 2023
Em um momento da história onde alguns buscam alternativas em outros planetas e outros procuram refúgio em mundos virtuais, paradoxalmente, o futuro parece ser mesmo a terra. Essa talvez seja uma das grandes lições que 2023 ensinou à arquitetura. Compreender isso implica tomar consciência, também, de que nosso planeta está sendo exaurido a olhos vistos — e uma fatia generosa dessa responsabilidade pertence às cadeias produtivas que envolvem a arquitetura e a construção civil.
Se ainda há alguma coisa que pode ser feita para mitigarmos a crise climática e ambiental em que nos encontramos, ela deverá necessariamente passar por uma revisão de todos os paradigmas que definem a indústria. É preciso mudar o foco e buscar outras narrativas sobre as quais sustentar os modos de fazer arquitetura em escala planetária. Essas ideias ecoaram em muitas vozes este ano e, ao mesmo tempo em que se debateu a possibilidade de futuro para o planeta, igual atenção foi dedicada à escala, valores e culturas locais. As entrevistas selecionadas aqui contam histórias sobre comunidade, meio ambiente, cidades, práticas e novas narrativas para a arquitetura em 2023 e além.