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colaborações: O mais recente de arquitetura e notícia

Contra a glorificação da arquitetura de caridade

Há alguns meses, o suplemento Babelia do jornal El País, publicou na capa um retrato da arquiteta hindu Anupama Kundoo. No artigo falava-se sobre seu trabalho, entretanto, o que estava destacado na capa não era um dos seus projetos ou as repercussões sociais deles, mas sim a imagem da personagem. Com um "star-system" em baixa devido às repercussões da crise econômica de 2008, o sistema se reproduz com novos personagens: heróis desinteressados que vão salvar o mundo.

Kundoo - que se incomoda com o rótulo de "arquiteta socialmente responsável" - explicou que é apenas "uma arquiteta", que por sua condição e origem trabalha em certos lugares mas que seu trabalho é como o de qualquer outro profissional. O problema está no fato de que o sistema de difusão - e de educação também - precisa promover e consumir personagens para que a roda continue girando e, por tanto, parece pertinente alertar sobre o perigo da distorção das mensagens, especialmente aos estudantes e jovens arquitetos.

A Escola de Itanhaém e as vocações latentes das cidades

Do alto do miradouro do morro do convento se vê a praça histórica, implantada aos seus pés, local de fundação da cidade por Martim Afonso há quase cinco séculos. Dessa época colonial são testemunhos os edifícios da Igreja Matriz e da Casa de Câmara e Cadeia –brancos, caiados–, colocados em posição de destaque na ágora. Encostada ao morro, a ferrovia passa entre os elegantes arcos que estruturam a rampa de subida ao convento, dividindo a cidade em duas e marcando o fim do centro histórico.

A Calçada Portuguesa

Por Rui Pereira, Rute Silva e Nuno Fonseca

A calçada portuguesa é um pavimento de grande herança histórica, grande parte das ruas e praças de Portugal encontra-se revestida com este material. No entanto com a preocupação cada vez maior em relação á mobilidade, a calçada encontra-se atualmente num grande debate sobre a continuação da sua utilização. Para muitos imprescindível pela sua beleza e identidade, para outros um obstáculo à circulação do peão.

As redes colaborativas da Bauhaus nas décadas de trinta e quarenta

Após o fechamento da Bauhaus em 1933 pelo governo nazista - o qual considerava que tratava-se de um "centro de intelectualismo comunista"- vários de seus membros fugiram do país. E, embora se saiba que os Estados Unidos receberam Walter Gropius e Ludwing Mies van der Rohe, ainda é pouco conhecida a importância que a Bauhaus teve em países como o Japão e Israel, e, é claro, sua influência em vários países da América Latina.

Nesta colaboração, David F. Maulén investiga os detalhes por trás do projeto interdisciplinar liderado pela historiadora da arte Magdalena Droste, colocando sob análise o início das novas redes de intercâmbio surgidas em distintos pontos do planeta nas décadas de 1930 e 1940, forjadas por emigrantes da Alemanha nazista no contexto do fechamento involuntário das portas da Bauhaus.

Saiba como acontecia essa colaboração, a seguir:

Um projeto interdisciplinar de Magdalena Droste (história da arte) e Patrick Rossler (ciências da comunicação), coordenado por Anke Blumm (história da arte), em colaboração com mediaarchitecture.de.

"Patrones Flexibles": experimentações materiais e construtivas

O pavilhão Patrones Flexibles é o resultado de um trabalho colaborativo de pesquisa desenvolvido no Laboratório de Arquitetura do programa de magistério em arquitetura da Pontifícia Universidade Católica do Chile, o qual consistiu em uma série de experimentações materiais análogas ao Form Finding. Esses ensaios foram digitalizados e instrumentalizados até articularem sistemas materiais discretos e construíveis a partir de técnicas CAD/CAM.

Resultado de um concurso interno de ideias, as propostas se fundiram levando em consideração variáveis de inovação, materialidade, facilidade de construção e capacidade estrutural para gerar uma proposta única a ser trabalhada em grupo. A construção da proposta no campus Lo Contados é a forma de expor esse trabalho, desenvolvido durante o semestre letivo.

"Patrones Flexibles": experimentações materiais e construtivas - Image 1 of 4"Patrones Flexibles": experimentações materiais e construtivas - Image 2 of 4"Patrones Flexibles": experimentações materiais e construtivas - Image 3 of 4"Patrones Flexibles": experimentações materiais e construtivas - Image 4 of 4Patrones Flexibles: experimentações materiais e construtivas - Mais Imagens+ 13

O que vêem os arquitetos?

Olhos que não vêem é o título de três textos de Le Corbusier, um dedicado aos transatlânticos , outro aos aviões e o último aos automóveis. Saber ver a arquitetura é o título de um livro de Bruno Zevi. Os arquitetos, ao menos é o que dizem, vêem outras coisas. Não sei se mais, porém outras.

Todavia, Walter Benjaim - que não era arquiteto mas muito escreveu sobre edifícios e cidades, e levou Sigfried Giedion, que tampouco era arquiteto mas construiu boa parte da mitologia do modernismo no raiar do século passado - dizia que o cinema é percebido como a arquitetura: de maneira distraída e coletivamente. Ninguém entra em um edifício, dizia Benjamin, apenas para observá-lo. Ou sim: os turistas; mas esses são um caso à parte, ainda que numerosos. 

E o que vêem os arquitetos?

Há algumas semanas vi essa foto feita por Lorenzo Díaz Campos publicada no Podio. Na foto estão, em primeiro plano, David Chipperfield, arquiteto do museu, Mauricio Rocha e Michel Rojkind. Os três estão olhando para cima, coisa que fazemos apenas, creio, ao ar livre, para ver o céu, as nuvens ou algum avião ou, se sob um teto, para olhar a iluminação. A menos, claro, que se esteja na Capela Sistina ou algum edifício similar, se não, não há razão para ver o teto. Mas os três arquitetos olham para cima. Cada um para um lado.