1. ArchDaily
  2. Ciclistas

Ciclistas: O mais recente de arquitetura e notícia

Multar pedestres e ciclistas melhorará a segurança? ITDP Brasil manifesta preocupação

No final de outubro, o Contran (Conselho Nacional de Trânsito) publicou a resolução 706/2017, que padroniza a aplicação de multas para pedestres e ciclistas, previstas nos artigos 254 e 255 do CTB (Código de Trânsito Brasileiro). Ainda que a garantia de direitos e o estabelecimento de deveres seja uma premissa para o bom funcionamento do trânsito, o ITDP Brasil acredita que a aplicação de multas a pedestres e ciclistas nas cidades brasileiras não irá contribuir com a melhoria das condições de segurança e nem promover o acesso à cidade, objetivo estabelecido na Política Nacional de Mobilidade Urbana.

Em geral, as cidades brasileiras ainda não oferecem condições mínimas de segurança e atratividade para os deslocamentos a pé ou de bicicleta: calçadas esburacadas e estreitas, limites de velocidade incompatíveis com as vias urbanas, ausência de redes cicloviárias que permitam o uso seguro da bicicleta, ausência de faixas de travessia de pedestre e tempos semafóricos que permitam a travessia segura são alguns dos desafios enfrentados cotidianamente pela população.

Multar pedestres e ciclistas melhorará a segurança? ITDP Brasil manifesta preocupação - Image 1 of 4

Nova Iorque propõe redistribuição viária para aumentar a segurança nas ruas

Cruzamentos peatonais inseguros, ciclovias que não são respeitadas pelos condutores, e trechos permitidos para automóveis apesar do risco que geram para ciclistas e pedestres são, lamentavelmente, problemas comuns em diversas cidades.

Mostramos a seguir um caso bem sucedido em Nova Iorque que apresentava os mesmos problemas, mas que foi resolvido com uma proposta de desenho urbano que consistiu, basicamente, em redistribuir o espaço viário a partir do Plano Visão Zero.

Moderação de tráfego e sua importância na construção de cidades mais humanas e inclusivas

Caminhar e andar de bicicleta são as maneiras mais eficazes, econômicas e ambientalmente sustentáveis para realizar pequenos deslocamentos urbanos, especialmente aqueles com distâncias reduzidas: em 10 minutos, uma pessoa saudável percorre 3 km de bicicleta e aproximadamente 0.8 km a pé.

Nas últimas décadas, no entanto, o planejamento e o desenho das nossas cidades priorizaram a circulação de automóveis, tornando pedestres e ciclistas os usuários mais frágeis da rua. Essa inversão de prioridades tem levado a números alarmantes de mortos e feridos em colisões e atropelamentos, além de reduzir cada vez mais a utilização do espaço da rua para convívio e estar.

Moderação de tráfego e sua importância na construção de cidades mais humanas e inclusivas - Image 12 of 4

Mapas de calor mostram o fluxo de ciclistas em 9 cidades do mundo

O aplicativo chileno Kappo está disponível para que os ciclistas de qualquer cidade do mundo possam compartilhar seus percursos enquanto pedalam. A lógica é como a de um jogo e permite que os usuários atribuam pontuações para as condições de percurso e rendimento.

Deste modo, a equipe que desenvolveu o aplicativo busca fomentar o uso da bicicleta e, com isso, tornar nossas cidades lugares mais agradáveis. Assim, para a celebração do Dia Mundial sem Carros a equipe criou o Prêmio Cool Place to Bike, para as empresas que incentivam seus funcionários a usarem a bicicleta como meio de transporte.

Mapas de calor mostram o fluxo de ciclistas em 9 cidades do mundo - Image 4 of 4

Avança consenso em São Paulo sobre prioridade para transporte coletivo, pedestres e ciclistas / Raquel Rolnik

A Rede Nossa São Paulo apresentou recentemente sua pesquisa anual sobre Mobilidade Urbana. O estudo é divulgado desde 2008 durante a semana do Dia Mundial Sem Carro. Trata-se de uma pesquisa sobre a percepção dos moradores da capital paulista sobre vários aspectos e políticas urbanas, realizada através de entrevistas com uma amostra distribuída regionalmente, por idade, gênero e renda.

O Papel das ruas compartilhadas: Como recuperar a qualidade de vida no espaço público / Guillermo Tella e Jorge Amado

Durante o século passado temos construído as ruas para os automóveis, para assegurar o seu deslocamento. No entanto, a partir de uma mudança de paradigma no uso e fruição da rua e em consonância com os recentes debates internacionais, nossas cidades têm começado a devolver os espaços públicos aos cidadãos. Trata-se, de fato, da aplicação do conceito das "Ruas compartilhadas" que apela ao projeto de espaços nos centros urbanos para melhorar sua qualidade de vida.

O Papel das ruas compartilhadas: Como recuperar a qualidade de vida no espaço público / Guillermo Tella e Jorge Amado - Image 6 of 4

3 protótipos de pontos de ônibus que favorecem a mobilidade sustentável

A mais recente publicação da Associação Nacional de Funcionários de Transporte de Cidade, NACTO, é o "Guia de Desenho de Trânsito de uma Via", no qual são apresentados conceitos e propostas a respeito de como é possível melhorar os espaços viários através do projeto urbano.

O foco das ideias é priorizar a mobilidade sustentável para que, tanto as cidades membro da organização, quanto as que tenham acesso a este documento, possam melhorar suas práticas em relação aos espaços públicos, à mobilidade e ao transporte.

Lançamento do livro "Street-Fight" com Janette Sadik-Khan

Um poderoso roteiro para repensar, requalificar e redesenhar nossas cidades, elaborado por uma pioneira no movimento em prol de ruas mais seguras e agradáveis. Visionária da transformação das ruas de Nova Iorque, Janette Sadik-Khan, lança seu novo livro Streetfight: Handbook for an Urban Revolution no próximo dia 2 de junho, na Livraria Cultura da Avenida Paulista em São Paulo.

Londres terá mais ciclistas que motoristas dentro de alguns anos

O uso da bicicleta como meio de transporte é uma revolução silenciosa e inevitável. Ao menos esta foi a conclusão a qual chegou um relatório do Transport for London (TfL), que indica que, em poucos anos, o número de ciclistas será superior ao de motoristas na capital inglesa. 

O documento analisou o aumento do uso da bicicleta no período de 1990 a 2014. Neste intervalo, a quantidade de veículos particulares no centro de Londres caiu pela metade, passando de 137 mil para 64 mil. Ao mesmo tempo, a quantidade de ciclistas aumentou de 12 mil para 36 mil na região central (dados mostrados no gráfico abaixo, estando em verde o número de ciclistas e em amarelo o de condutores). E as boas notícias não param por aí: quando se observam os números de toda a cidade, vemos um crescimento de 40 mil ciclistas em 1990 para 180 mil em 2014.

Bicicletas: “Somos pessoas em contato direto com a cidade”

Assim como quando caminhamos, ao pedalar estamos em contato direto com a cidade, somos parte dela, nos relacionamos com seus outros habitantes, seja através de olhares, linguagem corporal ou mesmo conversas que acontecem no espaço público. Não há interfaces nem elementos que nos limitem; estar livre, sem barreiras metálicas, é enriquecedor.