As casas de campo normalmente ocupam zonas mais remotas. Sendo assim, traçam estratégias para uma implantação que respeita o contexto para criar um diálogo com a paisagem, mas também para trazer mais conforto térmico e iluminação natural. Na maioria das vezes, estas soluções trazem estratégias passivas que, junto da escolha dos materiais e técnicas construtivas, podem brindar um projeto ainda mais sustentável. A seguir, conheça dez residências brasileiras que servem de exemplo para esse tema.
Morar num país tropical significa apreciar momentos ao ar livre. Seja pelo contato com a brisa, a proximidade com a natureza ou para aproveitar o sol. Culturalmente, crescemos acostumados a brincar nos quintais, sentar com família e amigos em varandas, se divertir em churrascos ou apenas contemplar a paisagem ao redor. Para receber ou ampliar esses programas, muitas residências brasileiras adotam o deck de madeira como solução, um espaço versátil que pode receber distintos usos.
Cada vez mais o ofício da arquitetura se voltará para a reformulação de espaços existentes. Seja por questões de sustentabilidade, custos ou a falta de terrenos livres nas grandes cidades. Uma oportunidade de não apenas reformar um edifício, mas trabalhar com as camadas do tempo. A intricada tarefa de conduzir um diálogo entre materiais contemporâneos e antigos, reconhecer técnicas tradicionais ou, até mesmo, revelar elementos invisíveis da história e da geografia no ambiente construído para originar uma arquitetura única.
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Diante da crise ambiental que vivemos atualmente e da necessidade de mitigar os efeitos das mudanças climáticas, torna-se cada vez mais importante e imperativa a adoção de fontes de energia limpas e renováveis, como a energia solar, em projetos de arquitetura. Sendo um país com abundância de incidência solar ao longo do ano, o Brasil tem um enorme potencial para aproveitar essa fonte de energia que, ano após ano, tem se tornado uma opção cada vez mais atrativa e viável no cenário brasileiro. Uma das tipologias favorecidas é a residencial, que tem ganhado destaque devido aos inúmeros benefícios que a energia solar pode oferecer tanto aos moradores quanto ao meio ambiente.
Seja para se aproximar da natureza, melhorar qualidades de conforto ou para fins estéticos, a integração entre interior e exterior é quase sempre buscada nos projetos arquitetônicos residenciais. Ao olhar para os espaços de estar, esse diálogo entre ambientes abertos e fechados ganham ainda mais motivos. Afinal, ele torna os usos da sala mais flexíveis e sugere diversas formas de ocupá-las, independente da quantidade de pessoas ou da época do ano.
A tradição da arquitetura moderna atesta que a cobertura dos edifícios é passível de utilização, e área tão nobre quanto os ambientes internos. Afinal, o terraço jardim é um dos cinco pontos da nova arquitetura segundo Le Corbusier. Apesar de o terraço jardim ser um dos pontos “obrigatórios” da arquitetura moderna, a cobertura útil precede (e muito) o arquiteto porta-voz do Modernismo. Diferentes usos foram dados em diferentes épocas às coberturas planas: desde mirantes para estudos astronômicos ancestrais até áreas de cultivo mais contemporâneas, passando pela burocrática acomodação de instalações elétricas e sanitárias. A cobertura de um edifício oferece área livre e exposição direta ao céu, portanto, em situações citadinas adensadas, aproveitar-se desse espaço como área de lazer faz bastante sentido.
Os sótãos são pavimentos localizados na parte superior de uma casa, próximos à cobertura. Devido ao ângulo de caimento do telhado, eles costumam ter um formato inclinado, o que pode limitar seu espaço e fazer com o que eles sejam ambientes pouco utilizados. No entanto, apesar dessa particularidade, os sótãos podem ser aproveitados em um projeto de diversas maneiras e convertidos em espaços multifuncionais para os moradores de uma residência.
Independentemente da região, a cultura brasileira preza por momentos ao ar livre. Seja para festas, refeições, conversas descontraídas, fazer exercícios ou simplesmente relaxar, o clima brasileiro em geral permite que os espaços externos façam parte da rotina das pessoas, que conseguem encaixar em seu dia a dia tempos de lazer, descanso ou até trabalho em ambientes externos. Para tanto, muitas casas planejam espaços exteriores com coberturas que tragam conforto para esses ambientes.
Estamos prestes a entrar na estação mais fria do ano no hemisfério sul: o inverno. Ao pensar como esquentar as casas, uma das primeiras soluções que surgem é a lareira. Afinal, seu fogo traz calor e proporciona um aconchegante espaço de encontro. Somado a isso, seu desenho e implantação podem ser fundamentais na composição espacial de um ambiente.
“O primeiro homem quis fazer um alojamento que lhe cobrisse, sem sepultá-lo”. Com alguns troncos encontrados na floresta ergueu um quadrado coberto por palha de forma que nem o sol e nem a chuva pudessem entrar, e assim, ele se sentiu seguro. A descrição acima refere-se simplificadamente à teoria da cabana primitiva desenvolvida pelo abade Marc-Antoine Laugier em meados de 1700. A pequena cabana rústica descrita por Laugier é um modelo sobre o qual ele imaginava a magnificência da arquitetura, fornecendo um importante ponto de referência para toda especulação sobre os fundamentos da construção e representando a primeira “ideia” arquitetônica.
Nem todos projetos buscam uma conexão constante com exterior, ao menos não em sua fachada frontal. Apesar de uma aparência não tão comum, são diversos os motivos para criar uma fachada opaca: privacidade, segurança, redução do consumo de energia, proteção contra as intempéries. Mais comum em edifícios governamentais, culturais ou religiosos, esta solução também é encontrada em alguns casos residenciais.
São diversas as tecnologias construtivas para configurar o sistema estrutural de um edifício. A partir da década de 1960, se tornou cada vez mais comum a adoção de técnicas que possibilitavam a interação entre diferentes materiais, diversificando não apenas a linguagem do projeto, como também buscando as principais vantagens de que cada elemento possui para enfrentar determinadas situações. Assim, com o passar dos anos, são diversos os exemplos que misturam concreto, madeira, pedras ou aço.
Em países tropicais como o Brasil muito se valoriza as áreas externas nos projetos residenciais. Nas casas brasileiras os quintais são utilizados de diferentes maneiras e se configuram também de acordo com o projeto arquitetônico. Sendo grandes ou pequenos, ajardinados, com piscina, ou equipados com outras funcionalidades, quando possível as famílias brasileiras buscam aproveitar ao máximo suas áreas externas.
O arquiteto italiano Vittorio Gregotti afirmava recorrentemente que “criar o lugar” é o ato arquitetônico primordial, a sua origem, visto que, simplesmente assentar uma pedra em um terreno já significa o início das “modificações” que transformarão o local em arquitetura. Assolados por essa ânsia pelas transformações, vemos as ideias sendo materializadas em relações e conceitos que, muitas vezes, trazem à tona o genius loci em uma abordagem fenomenológica que cria uma íntima correlação entre arquitetura e contexto, ressignificando lugares e afirmando o vínculo do homem com o mundo.
O paisagismo é um componente fundamental em diversos tipos de projeto, sobretudo para pensar a integração das edificações com seus entornos e estabelecer articulações entre ambientes. O uso da vegetação confere diversas qualidades aos espaços, e apesar de figurar mais usualmente nas partes externas, o uso de jardins internos pode ser um fator de transformação total na atmosfera dos projetos.
O Brasil é, em área, um dos maiores países do mundo, estendendo-se da Linha do Equador até depois do Trópico de Capricórnio e apresentando uma grande variedade de climas e vegetações, o que implica nos diversos cenários naturais, flora e faura pelos quais o país é conhecido. A arquitetura residencial, quando considerada a partir de seu local de implantação, deve se adaptar às condições do entorno, transformando seu desenho de acordo com o clima e a morfologia. Reunimos a seguir uma seleção de casas brasileiras que respondem ao meio natural onde estão inseridas.
Se anteriormente trouxemos plantas de antes e depois de reformas de apartamentos, agora focamos em projetos residenciais que receberam melhorias necessárias. Além das plantas, a informação que consta no memorial de cada projeto ajuda a compreender melhor a atitude tomada em cada desenho arquitetônico. Afinal, cada obra traz consigo diferentes demandas: prazos, orçamentos, legislações e pré-existências.
O concreto lidera a construção civil no Brasil estando presente em quase 90% das obras. Essa predominância se deve às suas características específicas como o baixo custo, se comparado com outros materiais, durabilidade, alta resistência às intempéries e versatilidade que facilita a sua produção e manejo por ser uma substância plástica que permite ser moldada.
A fim de tirar vantagem dessa última característica, surgem nos projetos diferentes texturas feitas a partir do concreto, seja por sua maneira de aplicação ou tipo de fôrma utilizada. Quando se trata das fôrmas, é importante perceber que, apesar de serem um elemento provisório na obra, podem custar cerca de 10% do total da construção, sendo feitas em diversos materiais como madeira, metal, plástico ou até mesmo papelão.