Guadalupe Ibarra, a primeira arquiteta equatoriana

Nascida em 1947 na cidade de Quito, Guadalupe Ibarra se estabeleceu em Cuenca durante sua adolescência graças ao trabalho de seu pai no exército. Ali ela decidiu estudar arquitetura e se matriculou na Universidade de Cuenca em 1963. Estudante de alto rendimento, Ibarra obteve sua graduação em arquitetura em 1970, tornando-se a primeira equatoriana a se formar nesta profissão no país.

Imediatamente após sua graduação, prestou concurso para se tornar professora na mesma universidade, vencendo entre 30 participantes com a "tprimeira senioridade", ou seja, com a mais alta qualificação no processo. Ibarra lecionou Oficina de Projeto, Desenho Técnico e Materiais de Construção na instituição até 1978. 

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Obra residencial sem título de Guadalupe Ibarra em Quito, Equador . Imagem © Nicolás Valencia

A produção de Guadalupe Ibarra em arquitetura e construção é muito extensa: em suas cinco décadas de prática profissional, ela projetou 220 casas, 13 complexos habitacionais, vários condomínios e edifícios residenciais, além de outros projetos como o Lar Infantil nº 4, a Casa de Observação da Mulher Florencia Astudillo, a Capela das Mães da Assunção, o Convento das Mães Salesianas de Gualaceo e a Capela da Comunidade de Gapal, entre outros. Além disso, diversas dessas comissões foram realizadas por entidades públicas, como a Empresa Eléctrica Regional Sul ou a Junta Nacional de la Vivienda.

Sua obra é bastante heterogênea, cobrindo um amplo espectro de estilos, ancorada na tradição estética e material de Cuenca. Além disso, praticamente todos os seus projetos desenhados também foram construídos por ela mesma. Entretanto, apesar de sua prolífica trajetória, não há praticamente nenhum registro de seu trabalho. Foi graças a um artigo publicado em 2008 no jornal equatoriano El Tiempo que seu perfil passou a ser conhecido apenas brevemente: "suas obras são inúmeras, sendo a última delas o complexo residencial Racar, com 95 casas". Durante um curto período, Ibarra foi coordenadora do Ministério da Previdência Social em Cuenca, mas sua preferência pela construção a levou a uma intensa dedicação a este ofício.

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Vivienda unifamilar sin título de Guadalupe Ibarra en Ecuador. Image Cortesía de Guadalupe Ibarra

Em 2004, aprendeu a utilizar um sistema adquirido pela Mutualista Azuay baseado em fôrmas de estruturas auto-portantes em vez do sistema pilar e vigas para construção em concreto armado. Após esta experiência, ela fez seus próprios moldes em madeira para executar a técnica no projeto com o qual terminou sua carreira: o Condomínio San Sebastián, que, em sua opinião, é seu trabalho mais importante devido a seu caráter construtivo experimental. Sua prática de arquitetura e construção lhe valeu uma menção especial da Câmara de Construção de Cuenca por ocasião do 40º aniversário da vida institucional da agremiação.

Ao entrevistar Ibarra, fica evidente sua vasta experiência em construção, adquirida empiricamente através da prática, desafiando os preconceitos, não apenas da época em que desenvolveu seus estudos, mas também os de hoje. Ibarra é uma mulher no canteiro de obras, que afirma ter tido uma relação cordial com trabalhadores e colegas. A chave: o apoio de seus pais e de seu parceiro (um advogado, que a ensinou a supervisionar as obras) e, acima de tudo, seu empoderamento frente a profissão.

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Guadalupe Ibarra en 2019. Image Cortesía de Guadalupe Ibarra
Sobre este autor
Cita: Verónica Rosero & María José Freire. "Guadalupe Ibarra, a primeira arquiteta equatoriana" [Guadalupe Ibarra, la primera mujer ecuatoriana arquitecta] 03 Ago 2022. ArchDaily Brasil. (Trad. Daudén, Julia) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/986360/guadalupe-ibarra-a-primeira-arquiteta-equatoriana> ISSN 0719-8906

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