-
Arquitetos: Jacobsen Arquitetura
- Área: 1436 m²
- Ano: 2021
-
Fotografias:Leonardo Finotti
Descrição enviada pela equipe de projeto. A residência MJE se situa num terreno de declive acentuado, em diálogo com a espetacular vista para o horizonte, lago e paisagem montanhosa dos arredores. Buscando ocupar horizontalmente o terreno, partimos da criação de uma arquitetura de apenas um pavimento, que interagisse de maneira sutil e conectada à paisagem existente. A integração com o lugar e a análise da condição topográfica condicionaram a criação do volume angulado que constitui a volumetria principal da residência. Privilegiando a orientação solar mais favorável, a implantação da casa se estrutura em torno de dois blocos não ortogonais, apoiados em ângulo sobre um grande platô. Esse posicionamento busca orientar o edifício em direção aos pontos mais favoráveis da paisagem, ao mesmo tempo em que confere privacidade em relação ao vizinho lateral mais próximo.
Priorizando o estabelecimento de uma relação tectônica com o lugar, o eixo criado a partir de um grande muro de pedra percorre os ambientes da sala de estar e jantar. A solidez e textura do embasamento de pedra contrasta com a leveza do volume pousado sobre ela, acentuado pelo prolongamento incisivo dos beirais e pelo destacamento da laje de cobertura em relação aos planos de fechamento verticais.
Com efeito, é importante sublinhar o refinado tratamento plástico conferido aos painéis articuláveis de madeira freijó, a partir de uma composição geométrica que reveste toda a área íntima da família. Tal solução de vedação permite o adequado controle da iluminação natural, além de propiciar dinamismo, versatilidade e singularidade à composição da fachada. O desenvolvimento dos painéis de madeira partiu da criação de inúmeros protótipos, contando com o envolvimento ativo dos proprietários durante a elaboração do layout final. Além disso, é importante destacar que os projetos de marcenaria e design de interiores também foram realizados pelo escritório Jacobsen Arquitetura.
A integração entre interiores e exteriores tornou-se a principal questão buscada pelo partido de projeto, organizado em torno de um patamar plano e contínuo, seguindo as linhas topográficas do lugar, criado para receber os jardins e piscina, que permite a conexão através de dois níveis de água. A continuidade visual configurou-se como um fator importante, sobretudo buscando a integração entre as áreas de convivência e o campo de golfe. Em particular, a área social da residência oferece uma espetacular vista do jardim. Nesse plano, foram alocadas partes estratégicas do programa: quarto de hóspedes, garagem, academia, sala de música, cinema, lavanderia e aposentos para funcionários. Tal distribuição programática buscou conferir maior liberdade ao andar principal da residência, de modo que esses ambientes não estivessem diretamente ligados à área social da casa ou particular da família.
A entrada principal do edifício está posicionada no ponto de encontro entre os dois blocos. Nesse local, está disposta uma escada em espiral, de caráter escultórico, que permite o acesso do volume superior ao hall inferior. Uma curiosidade interessante desse ambiente foi a implantação de uma porta de entrada camuflada no painel. A distribuição da estrutura metálica no volume edificado, que partiu da utilização de pilares esbeltos, criou efeitos surpreendentes para a arquitetura da residência.
Um dos pontos de destaque é o dramático balanço criado pelo volume onde está localizada a suíte máster do casal, que avança sobre o terreno criado pelo andar inferior. Um segundo hall de circulação faz a conexão de todos os cômodos com o andar superior. A escolha dos pisos sinaliza a distinção entre áreas sociais e externas, que receberam acabamento em granito; e os dormitórios, cujo piso de madeira confere aspecto mais aconchegante e intimista.
