Hidrovias urbanas: a dinâmica da arquitetura dos canais

A arquitetura permanece em constante tensão com as forças naturais. Projetados em torno da gravidade, do clima e do tempo, os edifícios sempre fazem parte de sistemas maiores. Em todo o mundo, os arquitetos têm buscado mitigar as forças naturais, construindo espaços e estruturas híbridas, áreas artificiais onde a natureza encontra os feitos humanos. Incorporando essa relação, os canais refletem o desejo de direcionar a natureza e seus fluxos. Hoje, esses espaços fluidos estão se abrindo para novos programas, projetos que exploram a vida moderna e a vitalidade urbana.

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© Fangfang Tian

Hidrovias construídas têm sido utilizadas desde os primórdios da história registrada, alimentando o comércio e conectando as civilizações do mundo. Os canais permitiram que as cidades florescessem, estabelecendo epicentros famosos como Veneza, Suzhou e Amsterdã. Com o tempo, os cursos d'água começaram a se parecer com ruas, cheios de lojas, restaurantes e casas. A arquitetura do canal lida inerentemente com as condições liminares. Embora os canais possam ser construídos através de represas, dragagem ou modificação de cursos de rios existentes, esses processos geralmente caminham em sintonia com um plano urbano mais amplo. Aqui, edifícios e pontes são projetados para acomodar fluxos variados, tanto humanos quanto materiais.

Uma arquitetura de vias públicas, as estruturas dos canais são resilientes e cuidadosamente projetadas para resistir ao tempo. Cada um dos projetos a seguir, ao redor do mundo, foram feitos para produzir experiências espaciais únicas ao longo dos cursos d'água. Íntimos e expansivos em escala, os projetos foram realizados por meio de seções animadas e layouts hierárquicos, com soluções inovadoras que celebram a dinâmica dos canais e das paisagens contemporâneas.

Yangjing Canal Pedestrian Bridge / Atelier Liu Yuyang Architects

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© Fangfang Tian

Localizada na ponta oriental do East Bund Mingshen Wharf, a ponte de pedestres Yangjing cruza o Canal Yangjing, onde deságua no rio Huangpu. A passagem conecta o Mingshen Wharf com o Parque Yangjing, que está visualmente interligado à majestosa Ponte Yangpu. A passarela com estrutura de treliças em forma triangular possui o eixo principal com largura de 10,75 metros, vão de 55 metros e comprimento total de 140 metros.

Canal Corridor, King’s Cross / Townshend Landscape Architects

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© John Sturrock

O Corredor do Canal atravessa o coração de King's Cross, ao longo do Regent's Canal. O local é formado por uma série de espaços, que configuram um parque linear com mais de 600 m de extensão, conectando toda a área circundante. O Corredor do Canal é parte de uma revitalização mais ampla de King's Cross, com cerca de 27 hectares (67 acres) de pátios de triagem ferroviários obsoletos, localizados ao norte das estações de King's Cross e St Pancras.

Ponte Cirkelbroen / Studio Olafur Eliasson

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© Anders Sune Berg

A Ponte Cirkelbroen celebra os pedestres. Reflete o cotidiano e a intimidade que se encontra em torno do canal na vizinhança de Christianshavn, suas casas-barco e barcos a vela, a vida única dentro das muralhas. O porto de Copenhaguem já foi o centro da atividade marítima e Cirkelbroen é um testemunho desta história. 

Merchant Square Footbridge / Knight Architects

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© Edmund Sumner

Como uma das mais novas passarelas móveis de Londres, o projeto está localizado no coração da Merchant Square, em uma área de uso misto à beira-mar, em Paddington Basin. O volume foi concebido pelos especialistas em pontes, Knight Architects e engenheiros estruturais AKT II, após uma competição de projetos limitada em 2012. A estrutura em balanço tem de 3 m de largura e se estende por 20 m através do Grand Union Canal, sendo levantada através de macacos hidráulicos, que possuem uma ação semelhante à de um leque tradicional japonês.

The Floating Island / OBBA & Dertien12

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© Kyungsub Shin

Bruges, na Bélgica, também conhecida como "Veneza do Norte", é uma cidade reconhecida como Patrimônio Mundial da UNESCO, conservando a bela parte antiga da Idade Média. O canal que atravessa a cidade, juntamente com uma estrutura bem preservada, é um elemento único de Bruges, que proporciona belas paisagens.

Media City Footbridge / WilkinsonEyre

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© Daniel Hopkinson

Em 1985, após o declínio gradual das docas, Salford Quays, finalmente se tornou o objeto de um plano de regeneração inovador, que trouxe atrações como The Lowry e o Imperial War Museum North para a orla. WilkinsonEyre contribuiu para o último estágio de sua transformação, com uma passarela que faz parte do desenvolvimento da Media City da BBC.

Clube de Natação no Canal / Atelier Bow-Wow + Architectuuratelier Dertien 12

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© Filip Dujardin

Expandindo a tradição das Trienais de arte contemporânea belga ocorridas em 1968, 1971 e 1974, a cidade de Bruges decidiu organizar uma nova Trienal de arquitetura e arte contemporânea em 2015. Uma parceria entre os dois escritórios desenvolveu o projeto do Clube de Natação do Canal, um novo espaço público multifuncional para relaxar, tomar sol e até mesmo nadar nos canais de Bruges.

Sobre este autor
Cita: Baldwin, Eric. "Hidrovias urbanas: a dinâmica da arquitetura dos canais" [Urban Waterways: The Dynamics of Canal Architecture] 15 Mar 2021. ArchDaily Brasil. (Trad. Bisineli, Rafaella) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/958042/hidrovias-urbanas-a-dinamica-da-arquitetura-dos-canais> ISSN 0719-8906

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